Na véspera da sabatina de Alexandre de Moraes no Senado, movimentos sociais e entidades do meio jurídico fizeram manifestação contra a sua indicação ao Supremo Tribunal Federal nesta segunda-feira (20).
Cerca de 300 pessoas -segundo estimativa de público dos organizadores- se reuniram em frente à Faculdade de Direito na USP, no centro de São Paulo, onde o ministro licenciado dá aulas para criticar a decisão do presidente Michel Temer (PMDB) de colocar Moraes na vaga de Teori Zavascki, morto em janeiro em um acidente aéreo.
Boa parte das críticas feitas por colegas professores, como Ana Lúcia Pastore, do departamento de antropologia da USP, e Sérgio Salomão Shecaira, que também leciona na São Francisco, focaram nas polêmicas relacionadas à carreira acadêmica de Moraes.
“É uma vergonha para todos os professores da USP e do Brasil que pesquisam, que dão aula, que escrevem seus trabalhos baseados em suas pesquisas e não em plágio”, afirmou Pastore.
A Folha mostrou em 9 de fevereiro que um dos livros de direito de Moraes tem trechos copiados de um manual de direito constitucional espanhol.Já Shecaira aludiu à polêmica entre o escritor Raduan Nassar e o ministro Roberto Freire (PPS), na entrega do Prêmio Camões na sexta-feira (17). O autor chamou Moraes de “figura exótica” e o acusou de ser responsável “pela violência contra a oposição democrática” que se manifesta nas ruas”.
“Aqui na faculdade, o Alexandre de Moraes seria uma espécie de Paulo Coelho, não um Raduan Nassar”, afirmou o professor, para a plateia composta de estudantes, membros de diretórios acadêmicos, movimentos sociais e entidades como a Frente Feminista de Juristas e a Associação de Juízes pela Democracia.
O coordenador da Frente Brasil Popular, que ajudou a organizar o evento, Raimundo Bonfim, acusou a gestão de Moraes na Secretaria de Estado da Segurança Pública (entre 2015 e 2016) de proteger “apenas um lado das manifestações”.
A Brasil Popular, que reúne diversos movimentos, esteve na linha de frente da organização dos protestos contra o impeachment de Dilma Rousseff.
(FOLHAPRESS)
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