Há pelo menos dois anos três grandes quadrilhas tem atuação na região central de Goiânia. Elas atuam em diversos crimes, mas principalmente no tráfico de drogas. São responsáveis por fazer acertos de contas, ou seja, matam usuários que não pagam a dívida. A Polícia Civil investiga se os cinco mortos em confronto com a PM fazem parte de uma das organizações criminosas.
As polícias: Militar e Civil tem um mapeamento de ações feitas por quadrilhas na região central de Goiânia. Dos cinco mortos, dois já foram oficialmente identificados. Está sendo apurado se os dois fazem parte de uma das quadrilhas.
“Nós temos informação de que três quadrilhas têm atuado no tráfico de drogas naquela região. Elas atuam com homicídios e tráfico. Acreditamos sim que essas pessoas pode sim fazer parte da quadrilha. Vale ressaltar que alguns dos integrantes destas quadrilhas já estão presos”, explica o chefe de Comunicação da Polícia Civil, Gylson Ferreira Mariano.
Os bandidos tentaram assassinar quatro pessoas na última sexta-feira. Para evitar a continuidade da ação criminosa foi que uma equipe do Batalhão de Rotam foi até a favela do Vietnã, no Setor Norte Ferroviário.
O comandante geral da Policia Militar, Coronel Divino Alves, afirmou que a PM já faz um acompanhamento das ações criminosas praticadas pelas quadrilhas, por isto houve a necessidade de uma intervenção.
“O que houve foi uma situação de confronto. A Polícia Militar sabia que estas pessoas estavam ali, se encontravam naquela localidade, inclusive autores das tentativas de homicídios na última sexta-feira. Houve a intervenção e fomos recebidos à bala. A suspeita é que é tal organização seja responsável por um conjunto de homicídios que há muito vem acontecendo nesta região central”, destaca o coronel.
Segundo o comandante da PM, uma das vítimas da tentativa de homicídio reconheceu alguns dos criminosos que foram mortos, como os autores da tentativa. Ele é usuário de drogas e conhecia os criminosos. Ele também deve ser ouvido pela Polícia Civil.
O Confronto
Cinco pessoas morreram no último sábado (2) em confronto com a Polícia Militar (PM-GO). Eles seriam integrantes de uma quadrilha que teria cometido tentativas de homicídio na noite de sexta (1) contra quatro moradores de rua. Três deles ainda continuam internados.
A morte dos criminosos durante confronto com a Polícia Militar ocorreu na favela do Vietnã no setor Norte Ferroviário. Segundo a polícia, a equipe da Rotam chegou ao local, mas foi recebida com disparos de arma de fogo. Os policiais revidaram.
Os suspeitos foram atingidos e ainda chegaram a ser socorridos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgências (SAMU), mas não resistiram e morreram.
Apenas dois dos mortos foram oficialmente identificados, Lucas Azevedo Barbosa Macedo de 18 anos e Marcos Henrique da Silva de 35 anos. Os outros três ainda não tiveram confirmação.
Armamento
No local da troca de tiros foram encontradas duas submetralhadoras, sendo uma com silenciador, duas pistolas calibre 40, uma pistola calibre 380, um revólver calibre 38 e cerca de 200 munições.
De acordo com a Polícia Militar, o valor das armas no mercado negro pode chegar a R$ 60 mil. Segundo o chefe de Comunicação da PM, Tenente Coronel Ricardo Mendes, alguns armamentos não foram adquiridos no Brasil.
“Algumas destas armas não foram encontradas em poder dos cinco que estavam trocando tiros com a polícia, até porque foram seis armas, assim como munições. Temos armas que não são fabricadas no Brasil. As armas atravessaram as fronteiras e chegaram até aqui”, relatou.
O oficial ainda ressaltou o grau de periculosidade do bando. “Agiam com grande violência”, afirmou. Segundo o comandante geral da PM, Coronel Divino Alves, uma submetralhadora pode disparar 80 munições por segundo.
O vice-governador de Goiás e secretário de Segurança Pública, José Éliton Júnior e o comandante geral da PM, coronel Divino Alves, afirmaram que o que ocorreu foi um confronto e não uma chacina. Eles reclamaram de manchete publicada no jornal O Popular na edição desta segunda-feira (4) que enfatizou na capa que teria ocorrido uma chacina e no decorrer da reportagem, um suposto confronto.
“Não vamos tolerar tal situação. As polícias tem realizado um belo trabalho, os indicadores de violência têm caído de forma constante, graças ao trabalho realizado a cada policial que tem nosso apoio”, afirmou o vice-governador.
“Confronto houve, agora há uma diferença com a palavra chacina, não é como em jogo de futebol, que uma pessoa ganha por 3 x 0 e é goleada”, argumentou o comandante geral.
Uma nota oficial foi divulgada pela Secretaria de Segurança Pública
NOTA OFICIAL
A Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSPAP) repudia, com veemência, a matéria “Cinco morrem em suposta troca de tiros com a polícia” publicada na edição de hoje, do jornal O Popular, sobretudo no que se refere à chamada de capa, onde se lê “Chacina mata cinco na favela do Vietnã”.
O tratamento dado pela reportagem, de forma deliberada, tenta colocar em dúvida, de forma leviana e desrespeitosa, o trabalho desempenhado pelas forças policiais goianas.
Definir a operação da polícia como “chacina” é agir de forma irresponsável. É tentar colocar em descrédito a atuação de uma corporação e de seus homens que, antes de tudo, agiram e agem em defesa da população.
Todas as ações deste caso ampararam-se nos serviços de inteligência da polícia onde foi possível, inclusive, ter acesso a todo o organograma da associação criminosa responsável não só pelas tentativas de homicídios contra moradores de rua neste final de semana, mas também de outros crimes contra o patrimônio e contra a vida.
Nos termos do registro de ocorrência, os policiais seguiram todos os protocolos de atuação previstos em operações deste porte, portanto, a Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária manifesta seu apoio aos policiais que atuaram com a energia pertinente no combate ao crime.