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Política
| Em 2 anos atrás

Morte de petista por bolsonarista não deve ter impacto no voto do eleitor, dizem especialistas

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O assassinato do petista Marcelo Arruda cometido pelo bolsonarista José da Rocha Guaranho, no sábado (09/07), em Foz do Iguaçu, não deve ter impacto no voto do eleitor, de acordo com a opinião de dois especialistas ouvidos pelo Diário de Goiás.

Doutor em Sociologia pela Universidade Federal de Goiás (UFG), com ênfase em comportamento eleitoral, José Elias Domingos afirma que o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem um eleitorado fiel. “Independentemente do que aconteça, Bolsonaro vai continuar com pelo menos 20% que se identificam com ele, e mais 10% que o consideram como a melhor alternativa ao petismo.”

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“Esse não foi um caso isolado. É o resultado de um discurso de ódio que enxerga o adversário como alguém que precisa ser destruído. Mas não acredito que seja capaz de acelerar o processo de deslocamento do voto bolsonarista”, argumenta.

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Mestre em Ciência Política pela UFG e professor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Guilherme Carvalho tem uma linha de raciocínio parecida. “É insuficiente para produzir um efeito em escala como foi a facada em Bolsonaro em 2018, já que se trata do assassinato de um militante e não de um candidato.”

De acordo com ele, essa questão só teria consequência do ponto de vista eleitoral se outros presidenciáveis, como Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB), resolvessem retirar suas pré-candidaturas devido ao ocorrido.

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Aumento da polarização

Na avaliação de José Elias Domingos, o assassinato de Marcelo Arruda não deve fazer Bolsonaro baixar o tom. “Pelo contrário, o tom do bolsonarismo tende a se radicalizar ainda mais com a proximidade das eleições e a possível derrota dele nas urnas.”

“O ambiente do Bolsonaro sempre foi esse, do discurso belicoso, de confronto e destruição do adversário. Ele não entende que existem pontos de vista distintos. A própria fala dele rejeitando a violência no caso de Foz do Iguaçu foi violenta”, pontuou o sociológo.

Para Guilherme Carvalho, se as instituições e a sociedade civil organizada não agirem no sentido de defesa da democracia, a polarização “tende a piorar”.

O cientista político frisa que, enquanto esse tipo de resposta não for dada, o Brasil continuará convivendo com episódios de violência, já que, segundo ele, notas de repúdio não são capazes de resolver o problema.

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