James Cotton, pioneiro gaitista do blues, morreu nesta quinta-feira (16), em Austin, Texas, aos 81 anos. Segundo comunicado emitido pela gravadora Alligator Records, o músico não resistiu a uma pneumonia.
Cotton ficou conhecido por estabelecer a gaita como um dos instrumentos do blues moderno e por tocar com lendários músicos como Muddy Waters e Howlin’ Wolf na Chicago de 1960.
Apesar de ter integrado a banda de Waters desde 1954, ele só passou a gravar com o grupo em 1956. Segundo o “New York Times”, antes disso Waters recrutava Little Walter Jacobs, predecessor de Cotton na banda, para as gravações de estúdio.
“Muddy queria que eu fosse como Little Walter. Eu disse a ele ‘Hey, eu nunca serei como Little Walter, mas eu posso tocar sua música, então você precisa me dar uma chance’. Acho que ele ouviu”, disse Cotton em uma entrevista no documentário “American Roots Music”, de 2011.
O músico embarcou em uma carreira solo em 1966, abriu shows para Janis Joplin, Cream e Grateful Dead, além de ter colaborado com Led Zeppelin.
Ao longo de mais de seis décadas de carreira, ele foi honrado com um único Grammy, pelo álbum “Hard Again”, fruto de uma reunião com seu antigo parceiro Waters em 1977.
Seu contato com o instrumento musical se deu por meio de sua mãe, que lhe apresentou a gaita como um artifício para imitar sons das galinhas e do trem.
Órfão aos nove anos, o músico cresceu trabalhando em uma plantação de algodão do Mississippi.
Após ouvir Sonny Boy Williamson II na rádio, Cotton foi levado por um tio para assistir ao mestre, que virou seu mentor.
Cotton, que morou nos últimos anos em Austin, lançou seu último álbum em 2013, “Cotton Mouth Man”, uma obra semi-autobiográfica sobre sua origem. (Folhapress)