A ex-mulher do autor das explosões em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) no mês passado, Daiane Dias, morreu na madrugada desta terça-feira (3) no Hospital Geral Tereza Ramos, na cidade de Lages (SC). Ela estava internada desde o dia 17 de novembro.
Daiane Dias teria colocado fogo na casa de Francisco Wanderley Luiz, chamado também de “Tiu França”, localizado na cidade de Rio do Sul, no interior de Santa Catarina. Ele ficou conhecido como o ‘homem-bomba’ de Brasília depois de se “autoexplodir” após um atentado fracassado contra o STF na noite do dia 13 de novembro.
Quatro dias após o atentado que matou o ex-marido, a casa que seria dele e habitada por Daiane amanheceu pegando fogo. Ela ficou bastante ferida na ocorrência e chegou a ser resgatada por um vizinho. Ela foi levada a um hospital das proximidades com queimaduras pelo corpo.
Havia a expectativa de que Daiane prestasse depoimento sobre as explosões causadas por seu ex-marido em frente ao STF quando saísse do hospital. Procurada, a Polícia Federal disse que não comentará o caso.
A ex-mulher do chaveiro é suspeita de ter provocado o incêndio propositalmente. Depois do episódio, ela foi retirada da residência e, segundo o Corpo de Bombeiros de Santa Catarina, ela apresentava queimaduras de 1º, 2º e 3º graus no corpo.
A informação da morte de Daiane Dias foi confirmada nesta terça pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) de Santa Catarina.
O imóvel incendiado fica na mesma área onde Francisco Wanderley Luiz, trabalhava como chaveiro em Rio do Sul. Ao lado da casa queimada, um outdoor inclusive anuncia o servido do chaveiro França.
Aos 59 anos, França morreu durante o atentado na Praça dos Três Poderes. Ele era natural do Rio do Sul, onde concorreu a vereador em 2020 pelo Partido Liberal (PL), mas não foi eleito.
Francisco tinha se mudado recentemente para Brasília. Há cerca de 3 meses alugou uma casa na QNN 7 da Ceilândia Norte, região administrativa do Distrito Federal.
Moradores da região descreveram Francisco como reservado e tranquilo. Ele tinha se despedido de vizinhos um dia antes do atentado. Na casa deixou recados no espelho e explosivos ativados que detonaram dentro de uma gaveta, e só não feriram os agentes de segurança porque eles utilizaram um robô antibombas.
A morte do chaveiro, fruto do extremismo, foi considerada um sinal para apressar a investigação da Polícia Federal, com o aval do STF, que desarticulou os grupos militares que agiam na clandestinidade dentro das Forças Armadas, resultando nas recentes prisões de generais e oficiais e no indiciamento de 37 pessoas envolvidas, inclusive o ex-presidente Jair Bolsonaro. Além de, segundo a PF, ter liderado a tentativa de golpe dos militares, Bolsonaro é citado como incentivador de ações extremistas e aparece em vídeos nas redes sociais clamando aos seguidores para que jurem “dar a vida pela liberdade”.