Em entrevista concedida à agência de notícias AFP nesta quarta-feira (08/07) o ex-ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro, Sérgio Moro, reforçou que o cenário para 2022 é “imprevisível” e não pretende se candidatar às eleições presidenciais daquele ano. Também tratou de descartar uma possível chapa com o seu ex-colega, Luiz Henrique Mandetta que esteve à frente da pasta da saúde e entrou em rota de colisão com Bolsonaro. Para criticar seu ex-chefe, também lembrou Luís Inácio Lula da Silva – condenado por ele quando estava como juiz à frente da Operação Lava-Jato: “São dois extremos, na minha opinião respeitosa, que devem ser evitados”, definiu.

Moro definiu que ambos em seus espectros – Bolsonaro, à direita e Lula, à esquerda – são populistas. “Ambos têm um caráter um tanto populista na formulação das políticas públicas, com a diferença de que o presidente Bolsonaro seria um populista de direita e Lula, de esquerda”.

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Não parou por aí. Moro delimitou o que considera ter sido alguns erros no governo Bolsonaro. Por exemplo: o presidente ter minimizado e “desconsiderado ante a gravidade” da questão das queimadas na Floresta Amazônica. Para Moro, essa ‘desconsideração’ atrapalha a imagem não apenas do presidente, como também do país. ” Este tipo de evento acaba prejudicando muito a imagem do país, passando uma imagem do Brasil que é equivocada, de que estamos dentro de um viés autoritário, que somos todos negligentes com o meio ambiente, com os direitos das minorias. E o povo brasileiro não é assim”, pontuou.

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Uma possível chapa com Mandetta também foi discutido na entrevista. Moro teceu elogios ao ex-colega, mas disse que, ao menos por ora, pensa apenas no ano corrente. “Durante a pandemia, Mandetta cresceu muito, porque adotou uma política que passava tranquilidade à população, principalmente por sua transparência (…) Mas acredito que nem ele, nem eu, estamos pensando seriamente em 2022. Vou me direcionar ao setor privado, tenho já bons contatos na área acadêmica, eu já era professor concomitantemente a ser juiz e ministro. Então, a minha tarefa no momento é essa reinserção em 2020 e não pensar em 2022”, concluiu.

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