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Categorias: Brasil
| Em 6 anos atrás

Moro autoriza Força Nacional no Ceará para conter violência

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O ministro da Justiça, Sergio Moro, autorizou nesta sexta-feira (4) que a Força Nacional de Segurança Pública atue por 30 dias no Ceará para ajudar a conter a onda de violência no local. Na quinta (3), ele já havia determinado providências, com a mobilização da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e do Departamento Penitenciário Nacional.

A decisão se deu por pedidos do governador Camilo Santana (PT). O ministro sugeriu a formação de um gabinete de crise, com a integração de polícias federais e estaduais. A equipe da Força Nacional mobilizada conta com cerca de 300 homens e 30 viaturas, de acordo com informações do ministério.

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O presidente Jair Bolsonaro (PSL) elogiou a decisão de Moro e disse que o fato de o PT comandar o estado, mesmo sendo oposição ao governo federal, não influenciaria a medida. “Jamais faremos oposição ao povo de qualquer estado e o povo do Ceará precisa neste momento”, afirmou. Moro “foi muito rápido, hábil e eficaz para atender o estado, cujo governador reeleito tem posição radical à nossa (sic).”

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Fortaleza e cidades da região metropolitana sofreram duas noites seguidas de ataques contra prédios públicos, agências bancárias e ônibus. Um suspeito de tentar incendiar um radar de trânsito, na cidade de Eusébio, foi morto pela polícia.

Até a conclusão desta edição, 45 pessoas haviam sido detidas ou apreendidas sob suspeita de participação nos ataques. Houve casos em ao menos 16 cidades.

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Em Fortaleza, parte do comércio popular do centro da cidade fechou as portas -um dos mais tradicionais, chamado Centro Fashion, informou que não abrirá neste sábado.

Os ataques, que na primeira noite (de quarta para quinta) foram quase todos em Fortaleza e região metropolitana, se estenderam nesta sexta-feira a cidades do interior.

Houve registros de incidentes, como radares de trânsito danificados, carros de órgãos públicos incendiados e prisão de suspeitos com bombas caseiras em Juazeiro do Norte (490 km de Fortaleza), Jaguaruana (180 km), Baturité (115 km), Arocoiaba (93 km) e Morrinhos (210 km).

Em Fortaleza, apenas 30% da frota de ônibus esteve nas ruas nesta sexta e boa parte só saiu dos terminais após a chegada de carros da polícia para fazer a escolta. As paradas de ônibus ficaram cheias.

Houve também diminuição no serviço de coleta de lixo -pelo menos dois caminhões de companhias que prestam esse serviço foram incendiados na capital e região metropolitana desde quarta.

  • Leia também: Pará também solicita apoio da Força Nacional de Segurança

Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança, o Ceará foi, em 2017, o terceiro estado do país com mais mortes violentas. A taxa foi de 59,1 mortos a cada 100 mil habitantes. À frente do estado estiveram apenas Rio Grande do Norte (68) e Acre (63,9).

Em 2018, segundo dados divulgados pelo estado, houve queda de 10,5% na taxa de homicídios de janeiro a novembro, comparado com 2017.

Mesmo assim, no ano passado, ocorreu a maior chacina da história do Ceará, com 14 mortos durante uma festa na periferia de Fortaleza, em janeiro, e a morte de seis reféns após ação policial para evitar assalto a dois bancos em Milagres, no interior, em dezembro.

A polícia investiga se as ações podem estar ligadas às mudanças anunciadas pelo governo estadual para a administração de presídios no segundo mandato de Camilo Santana (PT).

O petista anunciou que o tema é uma das prioridades de seu segundo mandato, com endurecimento de regras -hoje o sistema prisional do Ceará têm unidades divididas entre facções criminosas: as três mais fortes no estado são o PCC (Primeiro Comando da Capital) e GDE (Guardiões do Estado), que são aliados, e o CV (Comando Vermelho).

Santana criou uma secretaria exclusiva para o assunto, a de Administração Penitenciária, e escalou para comandá-la o policial civil e ex-secretário de Justiça do RN, Luís Mauro Albuquerque, com passagem também pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen).

Há possibilidade de revisão da divisão de detentos por presídios com base na facção a que pertencem, o que pode ter desencadeado ordens para as ações realizadas por bandidos nas últimas horas.

De acordo com o secretário Nacional de Segurança Pública, Guilherme Theophilo, as ordens dos atos de violência são emitidas de dentro dos presídios e têm ligação com brigas entre facções criminosas.

A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social informou que enviou policiais militares para a CPPL 3 (Casa de Privação Provisória de Liberdade 3), presídio em Itaitinga, região metropolitana de Fortaleza, que na quinta (3) teve um princípio de motim.

Há suspeita de que a ordem para os ataques realizados contra prédios públicos e privados, delegacias, agências bancárias, ônibus e até um viaduto em todo o Ceará tenha partido de dentro de penitenciárias. Foram indiciados 52 detentos por desobediência, resistência e motim e outros 250 devem ser indiciados, segundo o secretário de segurança do Ceará, André Costa. (Folhapress)

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