O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta segunda-feira (2) a transferência para Brasília do general da reserva Mário Fernandes, que comandou as Forças Especiais (FE) do Exército em Goiânia, e do major Rodrigo Bezerra de Azevedo. O major também é um dos kids pretos – como os FE são apelidados -, lotados em Goiânia.
Os militares são investigados no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e foram presos no mês passado, no Rio de Janeiro, na Operação Contragolpe, da Polícia Federal (PF).
Em Brasília, os dois kids pretos ficarão presos nas instalações do Comando Militar do Planalto (CMP) e poderão receber visitas das respectivas esposas, filhos e advogados. “Todas as demais visitas deverão ser autorizadas previamente pelo ministro”, informa a Agência Brasil.
Mário Fernandes é um dos 37 indiciados pela PF no inquérito do golpe. Ele é apontado como peça importante na organização clandestina que planejava matar autoridades e tomar o poder para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro, também já indiciado.
Já Rafael Bezerra continua na condição de investigado e não foi indiciado. Na semana passada a defesa dele alegou que o oficial foi vítima de uma armação dentro do Exército ou usado para atrapalhar as investigações da PF, mas a corporação tem muitas provas sobre o possível envolvimento dele em apuração.
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Também na semana passada, Alexandre de Moraes retirou o sigilo do inquérito no qual Jair Bolsonaro e demais acusados foram indiciados pela tentativa de golpe e enviou o processo para a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Desde o início do ano, algumas instalações do Comando Militar do Planalto foram escolhidas para receberem melhorias para eventuais prisões de oficiais graduados investigados por tentativa de golpe, e do próprio ex-presidente – que é um capitão reformado -, cada dia mais envolvido em várias tramas golpistas.
O local é o Quartel General (QG) do Exército e, no caso dos generais (são vários os que foram indiciados), por questões de hierarquia, eles não podem ficar em unidades que não sejam comandadas por outro general.
O CMP é atualmente comandado pelo general Ricardo Piai Carmona. Ele assumiu com a exoneração do general Henrique Dutra, responsável pela atuação do Exército no dia 8 de janeiro de 2023, quando ocorreram os atentados na Praça dos Três Poderes.
Com o envio do relatório da Polícia Federal (PF), o procurador-geral da República, Paulo Gonet, decidirá se o ex-presidente e os demais acusados serão denunciados ao Supremo pelos crimes imputados pelos investigadores.
Devido ao período de recesso de fim de ano no Supremo, a eventual denúncia deve ser enviada à Corte somente em 2025. O recesso começa no dia 20 de dezembro e vai até 1° de fevereiro do ano que vem.