Após mudar a perspectiva do rating do Brasil de estável para negativa na sexta (26), a agência de classificação de risco Moody’s alterou para negativa a perspectiva das notas de crédito de 19 bancos brasileiros, e seus afiliados, e da B3 (antiga BM&FBovespa). Os ratings foram mantidos.
Em comunicado divulgado nesta quarta-feira (31), a agência destaca que qualquer desaceleração na recuperação econômica do país -cuja expectativa era ganhar força no segundo semestre- prolongará a pressão na capacidade de pagamento dos tomadores de crédito, assim como levar ao aumento do risco de crédito nas instituições financeiras, quando esse risco parecia ter atingido seu ponto máximo.
Conforme a agência, a elevação da inadimplência irá demandar dos bancos criação de provisões adicionais. Isso pode afetar a rentabilidade dos bancos, “que estaria melhorando com a volta do crescimento do crédito e redução do custo de captação”.
A Moody’s reforça a capacidade do sistema bancário brasileiro em atravessar a fase de instabilidade política. Como exemplo, a agência cita os indicadores de empréstimos em atraso e provisão para devedores duvidosos (provisão contra calotes), que têm se mantido estáveis desde dezembro de 2016.
“A liquidez dos bancos continua ampla e a exposição a fontes internacionais de captação é baixa, o que reduz a vulnerabilidade do sistema a uma eventual saída de investidores institucionais estrangeiros em um momento de crescente incerteza política no Brasil”, escreve a agência.
(Folhapress)