O ministro da Defesa, Raul Jungmann, classificou nesta terça-feira (24) como “baderna” e “descontrole” os episódios de vandalismo e depredação em protesto em Brasília e solicitou reforço das Forças Armadas para controlar a situação na Esplanada dos Ministérios.
Em pronunciamento feito a pedido do presidente Michel Temer, o ministro disse que a manifestações “degringolou para violência, vandalismo, desrespeito, agressão e ameaça”.
Segundo ele, as tropas federais que estão neste momento no Palácio do Planalto e no Palácio do Itamaraty para os prédios ministeriais.
“O presidente ressalta que é inaceitável a baderna, o descontrole e que ele não permitirá que atos como esse venham a turbar um processo que se desenvolve de maneira democrática e em respeito às manifestações”, disse.
Temer assinou decreto em edição extra do “Diário Oficial da União” que autoriza o emprego das Forças Armadas até a próxima quarta-feira (31) para a garantia da lei e da ordem no Distrito Federal.
O protesto foi organizado por centrais sindicais e movimentos de esquerda pela saída do presidente, contra as reformas da previdenciária e trabalhista e a favor da convocação de eleições diretas para presidente.
PÚBLICO MAIOR QUE O ESPERADO
Nos bastidores, auxiliares e assessores presidenciais reconhecem que o protesto não foi irrelevante e reuniu público maior do que era esperado.
Eles avaliam, no entanto, que os episódios de vandalismo e depredação acabaram ganhando mais destaque na opinião pública do que as revindicações, que acabaram colocadas em segundo plano.
Com o agravamento do confronto entre manifestantes e policiais, o presidente ordenou a evacuação de todos os prédios da Esplanada dos Ministério na tarde desta quarta-feira (24).
A ordem foi repassada pela Casa Civil devido aos episódios de depredação e vandalismo nas estruturas governamentais, como o incêndio causado na Agricultura.
O presidente também acionou o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) para ajudar na evacuação dos prédios e evitar que outras estruturas ministeriais sejam incendiadas.
Foram disparadas bombas de gás e de efeito moral durante a manifestação.
A cavalaria da Polícia Militar chegou a investir contra os manifestantes, que responderam jogando pedras e paus.
Os organizadores falam em mais de 100 mil pessoas. A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal afirmou que até as 11h30 havia 25 mil manifestantes.