O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, afirmou nesta terça-feira (21) que dados preliminares apontam queda nos índices de desmatamento na Amazônia em 2017.
Após quase uma década de queda, os índices começaram a subir, principalmente a partir de 2015. No ano passado, foram quase 8.000 quilômetros quadrados desmatados na região.
“Dados preliminares, não oficiais ainda, indicam que neste ano já houve reversão da curva do desmatamento para trajetória descendente”, afirmou o ministro em seu discurso na abertura do Aliança Pelas Florestas Tropicais 2020 (TFA 2020), um evento do Fórum Econômico Mundial.
O TFA 2020, criado em 2012 durante a Rio+20, é uma aliança global de governos, organizações e empresas para produzir commodities florestais sem desmatar as florestas tropicais. O evento desse organização traz ao Brasil ministros do setor de vários países como Noruega, Congo e Colômbia, além de técnicos e governantes locais.
O ministro Sarney Filho atribuiu o aumento do desmatamento ao enfraquecimento dos órgãos de fiscalização, citando o Ibama e o ICM-Bio (Instituto Chico Mendes), dizendo que a crise política e econômica do país nos últimos dois anos enfraqueceu o orçamento deles.
Segundo ele, ao chegar aos ministério em 2016, encontrou um quadro de funcionamento precário desses órgãos e que, a partir do meio do ano, as liberações de verbas voltaram a ocorrer e foi possível terminar o 2016 sem contingenciar recursos do orçamento.
EM PÉ
De acordo com Sarney Filho, a fiscalização é essencial para evitar a perda da área florestal na região, mas não é instrumento suficiente para manter “a floresta de pé”.
“Comando e controle são importantes. Não fosse isso, não teríamos tido a redução. Mas não é a solução definitiva. A vertente mais importante é a da sustentabilidade. É preciso que se valorize a floresta em pé”, disse Filho.
Para aumentar a conservação da Amazônia, o ministro citou as concessões de áreas florestais que, segundo ele, estão crescendo 18% em relação ao governo anterior devido à maior segurança jurídica sobre o tema. Ele afirmou que a ideia agora é estimular concessões de menor porte para atingir mais pessoas.
Para isso, Sarney Filho afirmou que é essencial o funcionamento de dois sistemas de informação desenvolvidos pelo ministério, o CAR (Cadastro Ambiental Rural) e o Sinaflor.
O primeiro reúne as informações sobre todos os imóveis rurais do país e o segundo faz o monitoramento da produção florestal (principalmente madeira), desde o plantio até a exportação ou industrialização.
Segundo o ministro, o uso desses dois instrumentos vai capacitar o ministério a melhorar o gerenciamento das florestas para que o país possa cumprir seus compromissos internacionais de conservação.
“O ministério tem interesse em acompanhar os trabalhos da TFA 2020, que são coincidentes com nossas prioridades e diretrizes para diminuir o desmatamento”, disse Filho.
O italiano Marco Albani, diretor do TFA 2020, agradeceu à liderança do país em relação ao combate ao desmatamento, lembrando que o Brasil pode ter uma fantástica colaboração com os esforços da Aliança para a redução do desmatamento no mundo.