Operação “Poltergeist” encontra casos de nepotismo cruzado
O vereador Divino Rodrigues (PROS) e o deputado Daniel Messac (PSDB) estão sendo investigados pelo Ministério Público de Goiás, na operação denominada Poltergeist. As análises estão sendo feitas nos gabinetes dos dois parlamentares. Está sendo apurada a contratação de servidores que não trabalham e repassam parte do salário para integrantes da organização criminosa. Está sendo apurado que ocorreu nepotismo cruzado entre os gabinetes do vereador e do deputado.
O procurador Lauro Machado, afirma que essa pratica estava sendo feita pelos dois parlamentares. “Estavam registrados uma parte no gabinete do vereador (esposa e filha do deputado) e as filhas do vereador no gabinete do deputado” explica o procurador
De acordo com o procurador Lauro Machado, um dos servidores fantasmas procurou o Ministério Público para denunciar o esquema. A suposta fraude estaria ocorrendo desde 2011 e as apurações estão sendo feitas há aproximadamente um ano. Em alguns casos, segundo as apurações, vários servidores eram contratados, mas não desenvolviam funções.
Eles devolviam até 80% dos salários e ficavam com o restante. Somente no gabinete investigado na Assembleia Legislativa está sendo apurada a participação de 90 pessoas durante o período. O procurador Lauro Machado e um auxiliar do MP relatam que está sendo analisada a possível utilização de notas fiscais de serviços não realizados para desvio de recursos do gabinete, bem como fraude em licitação.
Somente com transferências bancárias, foi identificado que um dos supostos líderes do bando teria embolsado pelo menos 200 mi reais. Segundo o Ministério Público estão envolvidos nas supostas fraudes, Chefes de Gabinete, diretores da Câmara Municipal e da Assembleia Legislativa. De acordo com as apurações, agenciadores procuravam algumas pessoas para oferecê-las contratações.
Elas não trabalhavam, mas recebiam o salário. No entanto, até 80 % do valor era devolvido e o suposto funcionário fantasma ficava com o restante do dinheiro. No momento do cumprimento de mandado no gabinete na Assembleia Legislativa, foi encontrada uma relação com listas de possíveis pessoas a serem contratadas. Caso as denúncias sejam confirmadas, os envolvidos podem ser enquadrados nos crimes de formação de quadrilha, peculato e fraude em licitação.
No total, a operação teve a participação de 31 promotores de Justiça e cooperação da Polícia Militar. Foram expedidos umpridos 13 mandados de prisão e 29 de conduções coercitivas, além de mandados de busca e apreensão, realizados inclusive em gabinetes específicos da Assembleia Legislativa de Goiás e da Câmara Municipal de Goiânia. Participam da operação cerca de 150 policiais militares e os mandados são cumpridos em Goiânia, Catalão, Iporá e Minaçu.
O deputado Daniel Messac foi ouvido pela reportagem, preferiu não gravar entrevista, mas informou que colaborará com as investigações feitas pelo Ministério Público. Já o vereador Divino Rodrigues, não foi localizado pela reportagem.