O Ministério Público de Goiás convocou a imprensa para uma entrevista coletiva, onde detalhes a respeito da Operação Penalidade Máxima, deflagrada na manhã desta terça-feira (14), foram apresentados.
A investigação tem o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), da Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI) e do Grupo de Atuação Especial em Grandes Eventos do Futebol (GFUT). A Operação Penalidade Máxima visando à obtenção de provas de associação criminosa especializada na manipulação de resultados de partidas de futebol profissional.
As investigações apontam que o grupo criminoso atua mediante a cooptação de atletas para a manipulação de resultados nas partidas por meio de ações como, por exemplo, o cometimento de pênalti no primeiro tempo dos jogos, entre outras iniciativas. O objetivo do esquema criminoso é viabilizar o êxito em apostas esportivas de elevados valores. Em contrapartida, os atletas recebem parte dos ganhos, em caso de êxito. Estima-se que cada suspeito tenha recebido aproximadamente R$ 150 mil por aposta.
As investigações tiveram início em novembro do ano passado, porque os dirigentes do Vila Nova procuraram o Ministério Público de Goiás. Neste primeiro contato, o clube já apresentou detalhes de todo o esquema era operado – onde um apostador procurava atletas para que mediante pagamento providenciasse um acontecimento especifico na partida – como por exemplo pênalti no primeiro tempo. Eram apostas combinas, onde o fato teria que acontecer em três partidas na mesma rodada. Os atletas seriam remunerados e consequentemente os apostadores ganhariam.
As partidas entre Sampaio Corrêa x Londrina e Criciúma x Tombense tiveram pênaltis na etapa inicial. Faltou no jogo Vila Nova x Sport, algo combinado com o volante Romário (20 anos), que se quer foi relacionado para o confronto no Onésio Brasileiro Alvarenga. No prejuízo, os apostadores começaram a cobrar dos atletas envolvidos. O MP-GO também destacou que até o momento não existe a suspeita de nenhum dirigente de qualquer um dos clubes envolvidos.
As pessoas que são investigadas e detidas na Operação Penalidade Máxima não foram reveladas. “Em razão da limitação da lei de abuso de autoridade não podemos indicar nomes ou quantidades. O que temos é empresários, apostadores e atletas suspeitos no auxílio de manipulação de resultados”, disse o promotor Fernando Martins Cesconetto.
No esquema eram oferecidos uma adiantamento no valor de R$ 10 mil, antes da partida. Em caso de sucesso no resultado da aposta, aconteceria o repasse de R$ 150 mil para cada atleta. A expectativa do lucro era de até R$ 2 milhões para os apostadores.
Na entrevista no Ministério Publico, o Vila Nova foi apontado como vítima neste processo e que a investigação está voltada para algumas pessoas e não para instituições.
Na sequência das investigações e após o deflagração da Operação Penalidade Máxima, surgiram indicios de algumas apostas no mesmo formato foram realizado em 2023, em competições estaduais, entre elas o Campeonato Goiano. “Estamos na fase inicial da investigação. Já temos vestígios eletrônicos, além de interrogatórios. Agora com a análise parcial do material é possível notar que uma parcela do grupo continua em atividade e realizando apostas manipuladas. Há outros jogos recentes com a possível suspeita de manipulação”, revelou o promotor Fernando Marints Cesconetto.