O ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse à reportagem nesta quinta-feira (22) que a pasta estuda ampliar, até novembro deste ano, a vacinação de febre amarela para todo o Brasil.
Atualmente, a vacinação contra a febre amarela exclui algumas regiões do país, até então consideradas de menor risco para a doença -caso do Nordeste e parte da região Sul, por exemplo.
Com a medida, a vacina passaria a ser ofertada também nestes locais, onde hoje vivem 34 milhões de pessoas. O objetivo é prevenir um novo avanço da febre amarela em áreas onde não havia cobertura vacinal, como ocorreu no ano passado no Espírito Santo e, neste ano, em municípios de São Paulo.
“A ideia é discutir se será uma decisão nossa de governo, mas isso depende dos secretários estaduais concordarem, para que vacinemos toda a população que nunca foi alvo de vacinação no Brasil, porque não estava em área de risco”, afirma Barros.
Segundo o ministro, a medida visa evitar a expansão do vírus antes do início de um novo “ciclo” de febre amarela no próximo verão, quando geralmente há aumento de casos.
“Como o vírus tem circulado em áreas novas, adiantaríamos essa vacinação. Essa é uma discussão em andamento que vai ter em duas semanas uma decisão”, completa.
Agora, a previsão é que o debate seja levado a reuniões com representantes dos Estados e municípios.
Ainda de acordo com Barros, a proposta também será levada nesta semana à OMS (Organização Mundial de Saúde) pelo secretário-executivo do ministério, Antônio Nardi.
No ano passado, o ministério já havia anunciado a intenção de passar a vacinar crianças em todo o país contra a febre amarela. A medida, que incluiria a vacina no calendário do Programa Nacional de Imunizações, foi adiada devido ao surto em alguns Estados neste ano.
Agora, a ideia é retomar o debate, incluindo os adultos, nos mesmos moldes de público-alvo como já ocorre nas áreas onde a vacina já é recomendada.
Para que a ampliação ocorra, diz Barros, a pasta aguarda a confirmação da ampliação da produção de vacinas com uma nova fábrica, a qual deve produzir 4 milhões de vacinas por mês. A dose ofertada seria a integral.
“Com isso, teríamos capacidade de fazer a vacinação de todos até novembro, e o Brasil se transformaria todo ele em área permanente de vacinação. Essa é uma proposta que será discutida e, se decidida, haverá uma programação em cada Estado”, explica Barros. (Folhapress)