O governador Ronaldo Caiado (DEM-GO) disse nesta sexta-feira (11/12) que o Ministério da Saúde iria adquirir todas as vacinas de imunização à covid-19 possíveis para integrar o Plano de Imunização Nacional. Os estados deveriam estar debaixo do plano do MS e nenhum poderia, então, ter seu próprio cronograma. A ideia de um possível ‘confisco’ chegou a ser publicada na sequência pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), mas a pasta da saúde em nota ao final do dia, disse que não tinha nada disso.
No começo da noite da sexta, o Ministério da Saúde, no entanto, acabou dizendo que não haveria nenhuma centralização ou retenção de vacinas dos Estados. “Reiteramos que, em nenhum momento, o Ministério da Saúde se manifestou sobre confisco ou requerimento de vacinas adquiridas pelos estados”, destacou em uma nota encaminhada à imprensa
A resposta foi feita após Doria criticar a possível medida confiscatória no Twitter. ““Os brasileiros esperam pelas doses da vacina, mas a União demonstra dose de insanidade ao propor uma MP que prevê o confisco de vacinas. Esta proposta é um ataque ao federalismo. Vamos cuidar de salvar vidas e não interesses políticos.”
Em entrevista à Globonews o tucano também não perdeu a oportunidade de ‘devolver’ as críticas que vinha recebendo de Caiado. “A insanidade de Bolsonaro foi adotada por Caiado. Triste o país que tem homens públicos que pensem assim. Negando a pandemia, promovendo a discórdia e abandonando seu povo”, disparou Doria.
O que Caiado havia dito
Na live desta sexta-feira (11/12) Caiado não poupou críticas a Doria. Ele já havia chamado nos dias anteriores o tucano de ‘irresponsável’ e outros adjetivos. Hoje, disse que a atitude de Doria em querer organizar um cronograma específico de vacinação para São Paulo era de uma ‘mesquinhez ímpar’. “Não podemos criar o sentimento que cada estado e cada município tem que sair correndo atrás de A ou de B para requisitar vacinas. Essa política que o governador de São Paulo colocou é de uma mesquinhez ímpar. Não se divide o país entre um Brasil rico, que pode receber vacina, e um pobre, que não pode ter. É um desrespeito à Constituição Federal”.
Por fim, garantiu que toda a vacina distribuída no país, independente de sua origem, será adquirida pelo Ministério da Saúde “Toda produção que amanhã esteja registrada, produzida no Brasil, pode ser no Butantan, na Fiocruz, ou toda vacina importada, que venha a entrar no país. Todas serão requisitadas pelo Ministério da Saúde. Se amanhã o Butantan produz, o ministério já requisitou, se for a Fiocruz, já requisitou. Aí o Ministério da Saúde vai distribuir a todos os estados e o DF de acordo com o número de pessoas que fazem parte do grupo de risco”, reforçou.