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O presidente do PTB, Roberto Jefferson, afirmou neste sábado (3) à Folha de S.Paulo que não desistirá da nomeação de sua filha, a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ), ao Ministério do Trabalho e que ela não “vai sair de bandida” após a divulgação de que é investigada por suspeita de associação ao tráfico de drogas durante a campanha eleitoral de 2010.
“Não vamos desistir da indicação, tem que levar até o fim a votação no Supremo Tribunal Federal. Minha filha não vai sair de bandida”, afirmou Jefferson.
Segundo o jornal “O Estado de S.Paulo”, o Ministério Público Federal investiga Cristiane, seu ex-cunhado, o deputado estadual Marcus Vinicius (PTB), e mais três assessores por associação ao tráfico.
Eles são acusados de dar dinheiro a traficantes de Cavalcanti, bairro da zona norte do Rio e um dos redutos eleitorais da deputada, para ter “direito exclusivo” de fazer campanha na região.
Jefferson criticou a reportagem, afirmou que a acusação é “leviana” e que sua filha não era candidata em 2010. À época, Cristiane era vereadora licenciada e secretária municipal da gestão do então prefeito Eduardo Paes (MDB).
“A matéria indecente. É um absurdo. Minha filha tinha entrada na comunidade porque era secretária da terceira idade. É uma acusação leviana”, disse o presidente do PTB.
Segundo ele, há “ódio e perseguição” contra sua filha, que trava uma batalha judicial há semanas para conseguir tomar posse como ministra do Trabalho do governo de Michel Temer.
Temer insiste no discurso de que vai esperar a palavra final do STF sobre a nomeação de Cristiane -a presidente da corte, ministra Cármen Lúcia, impediu a deputada provisoriamente de tomar posse e o tribunal deve decidir em breve sobre o assunto.
A tese de Temer e de seus principais auxiliares é a de que, apesar do desgaste gerado ao governo, a prerrogativa de nomear e exonerar ministros é do presidente da República e que, se sucumbirem, abrem espaço para qualquer juiz de primeiro grau impedir novas indicações na Esplanada.
Jefferson articulou o apoio da bancada do PTB na Câmara para a reforma da Previdência, principal bandeira do governo e que pode ser votada em fevereiro. A indicação de Cristiane foi uma forma de Temer retribuir o esforço do pai da deputada.
O presidente do PTB admite que há desgaste, mas que é preciso “segurá-lo”. “Claro que há desgaste, mas vamos segurar até o fim”.
Mesmo após as novas denúncias contra Cristiane, os principais assessores de Temer dizem que vão aguardar a decisão do STF sobre o tema e que, antes disso, o presidente só substituiria a indicação a pedido do próprio Jefferson, com aval do PTB.
Cristiane já foi condenada por dívidas trabalhistas e a Justiça Federal em Niterói (RJ) suspendeu sua posse sob o argumento de que ela não atende ao requisito de moralidade administrativa para o cargo, previsto na Constituição.
(FOLHA PRESS)