Brasília – Empreendimentos do Minha Casa Minha Vida de todo o País vão contar com projetos que foram certificados como boas soluções em questões relativas a alimentação, educação, energia, geração de renda, meio ambiente e saúde.
A Fundação Banco do Brasil investirá R$ 20 milhões para replicar essas ideias inicialmente em 124 empreendimentos do programa de habitação popular nas cinco regiões brasileiras. Ao todo, serão atendidas 330 mil pessoas que vivem em 83 mil moradias. Foram selecionadas 38 entidades para capacitar os moradores do programa. O governo tem a meta de contratar mais 3 milhões de moradias nos próximos quatro anos no âmbito da terceira etapa do Minha Casa Minha Vida.
Entre os projetos que serão adotados nesses empreendimentos está a metodologia que estimula o plantio de hortas orgânicas em condomínios urbanos. A tecnologia ensina os moradores a aproveitar pequenos espaços nos empreendimentos para o plantio de hortas, seguindo o conceito de agricultura orgânica, o que permitirá acesso a alimentos saudáveis a baixo custo.
Da Ilha das Flores, em Porto Alegre (RS), é replicada a ideia de “fabricar” brincos, pulseiras, colares, chaveiros, marca-página e porta-guardanapos a partir de embalagens plásticas de garrafas de refrigerantes, detergentes e xampus. Os produtos depois são vendidos, gerando trabalho e renda para os participantes.
As moradias do Minha Casa vão passar a ter um baldinho para recolher resíduos orgânicos. Essa foi a forma como os moradores de Chico Mendes, em Florianópolis (SC), encontraram para resolver a questão da reciclagem do lixo. Eles compreenderam que era fundamental separar os resíduos orgânicos dos demais materiais descartados para evitar que os restos de comida atraíssem ratos, como ocorreu em 2008. Cada família passa a ter um baldinho para recolher esse tipo de lixo, que é encaminhado para compostagem. O composto preparado com o lixo orgânico serve como adubo em hortas e pequenas plantações. No restante do lixo, é feita uma triagem para separar o que pode ser reciclado.
A Fundação Banco do Brasil também quer montar bibliotecas comunitárias nos empreendimentos do programa de habitação popular. O acervo inclui livros selecionados de diferentes estilos, linguagens, assuntos e gêneros. O projeto também capacita o mediador de leitura, responsável pela gestão das bibliotecas e por despertar nos moradores o gosto pela leitura. Essa tecnologia replica a experiência da Associação Vaga-Lume, presente em 158 comunidades rurais e 23 municípios de nove Estados da Amazônia Legal.
Para melhorar a convivência entre os beneficiários do programa, que passam a viver da noite para o dia com nova vizinhança, será replicado um método que estimula a criação de laços de confiança entre os moradores. Um grupo deles ficará responsável por fazer um recenseamento local, organizar uma poupança comunitária e estabelecer uma lista de prioridades com base nos principais problemas. A organização dos moradores contribui para melhorar a representatividade deles nas reivindicações com os governos local e federal.
(Estadão Conteúdo)