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Categorias: Brasil
| Em 8 anos atrás

Minas divulga deficit de R$ 4,1 bi e estoura limite em gasto com pessoal

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O governo de Minas Gerais anunciou nesta segunda-feira (30) um deficit de R$ 4,16 bilhões no ano de 2016. O Estado também ultrapassou em 0,29% o limite de gastos com pessoal definido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

O Estado fechou o ano com despesa de R$ 88,13 bilhões -um aumento de 3,5% em relação a 2015. O crescimento abaixo da inflação foi possível, segundo o governo, com cortes em custeio, investimentos e contingenciamento de despesas.

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As receitas fecharam em R$ 84 bilhões, representando um aumento de 10% em relação a 2015.

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Naquele ano, o governo teve um deficit de R$ 8,9 bilhões. No total, o Estado acumula um rombo de R$ 9,14 bilhões.

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Segundo o governo, o deficit de 2016 só não foi maior devido a medidas como a renegociação de dívida com a União. Se em 2015 Minas pagou um total de R$ 6,8 bilhões em juros e amortizações, o valor no ano passado caiu para R$ 2,9 bilhões.

A dívida consolidada líquida caiu 3,18%, chegando a R$ 99,4 bilhões -cerca de 185% da receita corrente líquida.

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Previdência

Segundo o secretário da Fazenda de Minas Gerais, José Afonso Bicalho, o principal gargalo do Estado é o pagamento aos servidores aposentados e pensionistas, despesa que chegou a R$ 18 bilhões.

“O desequilíbrio é decorrente da Previdência e não de um desequilíbrio entre receita e despesa”, afirmou. “Nós temos discutido com governo federal para ver como a gente pode usar ativos que o Estado tem para minimizar isso.”

O gasto com pessoal em Minas ficou em quase R$ 47 bilhões, aumento de 8% em relação a 2015. A despesa representou 49,29% da receita, fazendo com que o Estado estourasse o limite de 49% imposto pela LRF.

O secretário de Planejamento e Gestão, Helvécio Magalhães, afirmou que, com o limite da LRF ultrapassado, Minas não tem condições de oferecer aumentos de salários aos servidores públicos, mas descartou demissões.

Segundo o secretário, o Estado continuará pagando os salários de forma escalonada até abril.

“Vamos ter restrições mais severas. Esperamos a legítima reivindicação dos servidores, mas também a compreensão de que não temos como dar aumento”, disse Magalhães.

Acordo

Bicalho afirmou ainda que Minas busca um acordo com a União, mas espera que o governo federal apresente um projeto ao Congresso para definir as bases do acerto com os Estados.

O projeto aprovado na Câmara em dezembro, sem as contrapartidas que o Ministério da Fazenda exigia aos Estados, foi vetado pelo presidente Michel Temer.

Segundo Bicalho, Minas tem negociado com a União em blocos de Estados, e não separadamente, como o Rio de Janeiro. O objetivo principal seria equacionar o gasto com a Previdência.

O secretário também descartou medidas tomadas pelo governo do Rio, como ajuste de R$ 9 bilhões e privatizações.

O governo de Minas quer oferecer como contrapartida fundos de ativos, como imóveis e participação em ações. Um projeto para criação de cinco ou seis fundos será enviado a Assembleia de Minas na próxima semana. O governo ainda não tem estimativa de quanto pretende arrecadar com a medida.

Outro plano em estudo é vender cotas de sua dívida ativa ao mercado financeiro.

“Temos que propor medidas factíveis, que a Assembleia aprove e que tenham sentido”, disse Bicalho.

Folhapress

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