O mercado imobiliário de Goiânia e da Região Metropolitana (RMG) fechou 2020 com uma oferta final de 9.813 unidades. A despeito de o ano de 2020 ter sido economicamente ruim, devido à pandemia da covid-19, ainda assim o mercado nesta área foi considerado relevante.
Em dezembro de 2019, por exemplo, essa oferta era mais de 50% maior, com um total de 15.495 unidades. Comparando os períodos do quarto trimestre dos dois anos, o total de vendas líquidas foi praticamente o mesmo: 2.500 em 2019 e 2.470 em 2020.
Em número de unidades lançadas, houve um incremento em 2020 (2.061) em relação a 2019 (1.710). Esses dados são pequenos recortes de um estudo amplo que a Associação dos Desenvolvedores Urbanos do Estado de Goiás (ADU-GO) apresentou a seus associados e que confirma a solidez e a pujança do mercado imobiliário na capital e em outras 19 cidades que compõem sua região metropolitana.
“Chegamos a ter oferta de 20 mil unidades, no segundo semestre de 2018, e chegamos ao final de 2020 com esses resultados, que mostram uma situação de equilíbrio de estoques e nos levam a projetar um ano de 2021 igual ou melhor”, diz Marcelo Gonçalves, sócio consultor da Brain Inteligência Estratégica.
O estudo dos consultores demonstra, em números, a resiliência e a força de um mercado que foi duramente afetado por altas taxas de juros e que teve dias difíceis durante aproximadamente cinco anos, a partir de 2014.
Marcelo Gonçalves explica ainda que o mercado imobiliário passou por situações delicadas, com altas taxas de juros e um número elevado de desemprego no país, características que propiciam para uma queda nos investimentos.
“Tínhamos o cenário para a tempestade perfeita, com juros altos, altas taxas de desemprego e insegurança jurídica, mas hoje temos um cenário diferente, com juros de 2,75% atuais, que já chegaram a 2%, e a aprovação de leis como a do distrato, que conferiu mais segurança para os desenvolvedores, além de funding (possibilidade de captação de recursos para investimento) abundante”, explica.
Para os pesquisadores, o fator comodidade e bem-estar social que as famílias buscam, muito pelas consequências, também, do isolamento social que obrigaram as pessoas a passarem pode ter ajudado no mercado, as pessoas buscaram esses lugares, novos lançamentos, e, sucessivamente, aumentando as vendas.
“Esse desejo de melhorar, morar em um lugar melhor, com mais condições de conforto para a família foi fundamental para termos um bom desempenho do mercado já em 2020 e deve continuar em 2021”, prevê o consultor responsável pelo estudo.