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Categorias: Economia
| Em 9 anos atrás

Mercedes propõe aos funcionários corte de 20% na jornada e de 10% nos salários

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São Paulo – A Mercedes-Benz propôs aos cerca de 10 mil metalúrgicos e pessoal administrativo da fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, a redução da jornada de trabalho em 20% e dos salários em 10%. A medida, se aceita, vai vigorar por um ano. A contrapartida da empresa é a garantia dos empregos nesse período. A montadora informou ter cerca de 2 mil trabalhadores excedentes.

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Funcionários dos três turnos da fábrica votaram na quinta-feira, 2, de forma secreta (em urnas), se aceitam a proposta. A votação ocorreria até o final da noite e o resultado será divulgado nesta sexta-feira, 3. Se aceita, será a primeira vez que a fabricante de caminhões e ônibus adotará essa medida.

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Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a proposta inclui ainda a aplicação de apenas metade do reajuste salarial pela inflação (INPC) no próximo ano. Em acordo anterior, os trabalhadores já haviam aceitado abrir mão do aumento real, acima da inflação.

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Outra medida prevê a abertura de um programa de demissão voluntária (PDV) para aposentados e trabalhadores com estabilidade. Nas vagas dos que aderirem ao PDV, a Mercedes vai recontratar parte dos 300 trabalhadores demitidos em maio.

“Foi uma negociação muito dura. Consideramos que essa é a proposta de acordo possível para esse cenário de crise”, afirmou, em nota, o diretor do sindicato, Moisés Selerges. “O mercado de caminhões registra queda de quase 50% e, na nossa avaliação, só deve melhorar a partir do segundo semestre de 2016.”

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A empresa não comentou o assunto. Desde o ano passado a Mercedes adota medidas como lay-off (suspensão de contratos de trabalho por cinco meses), férias coletivas, folgas e semana reduzida de trabalho para enfrentar a queda nas vendas.

No primeiro semestre, as vendas totais de caminhões caíram 42% em relação a igual período de 2014, para 37,4 mil unidades, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). O segmento de ônibus caiu 25%, para 11,7 mil unidades. As vendas da Mercedes caíram em proporções semelhantes.

Ford

A Ford informou ontem que vai parar toda a produção da fábrica de carros e caminhões em São Bernardo entre os dias 13 e 17, aproveitando a emenda do feriado de 9 de julho. Cerca de 2,4 mil trabalhadores ficarão em casa. Em Taubaté (SP), cerca de 1,4 mil funcionários terão férias coletivas de 13 a 31 de julho na área de motores e de 20 a 31 na de transmissões.

A empresa alega necessidade de “ajustar o ritmo de produção à atual demanda do mercado”.

Proteção

O setor automotivo aguarda do governo federal uma medida provisória estabelecendo o Programa de Proteção ao Emprego (PPE). Ele prevê a redução em até 30% da jornada e igual porcentual para os salários, mas metade será bancada pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Após várias promessas, a medida era aguardada para o fim de junho, mas agora os sindicalistas esperam que seja anunciada nos próximos dias. Se a MP for publicada, a Mercedes poderá adotar o sistema em substituição ao que propôs ontem. A medida é vista por indústria e sindicatos como forma de segurar empregos.

Somando automóveis e comerciais leves, as vendas totais de veículos na primeira metade do ano atingiram 1,318 milhão de unidades, 20,7% a menos do que em igual período de 2014.

Até maio, 6,3 mil trabalhadores foram demitidos nas montadoras. Ontem, funcionários da Mitsubishi voltaram ao trabalho após acordo com a empresa. Eles ficaram parados um dia em protesto contra 150 demissões na fábrica de Catalão (GO). As informações são do jornalO Estado de S. Paulo.

(Estadão Conteúdo)

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