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Categorias: Brasil
| Em 8 anos atrás

Meirelles diz que salários de homens e mulheres serão iguais em 20 anos

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Contrariando estimativas internacionais e dados do IBGE, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que a desigualdade histórica entre homens e mulheres no mercado de trabalho vai acabar no Brasil no prazo de 20 anos.

De acordo com estudo do Fórum Econômico Mundial publicado em novembro, porém, a igualdade salarial entre os gêneros no mundo será alcançada apenas em 2186 -daqui 169 anos.

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No ranking elaborado pela instituição, o Brasil figura na 79ª posição de uma lista de 144 países.

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O suposto alcance dessa igualdade no mercado de trabalho é uma das justificativas do governo para igualar a idade mínima de aposentadoria de homens e mulheres, proposta na reforma da Previdência que tramita no Congresso.

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Hoje, mulheres podem se aposentar cinco anos mais cedo do que os homens tanto no caso da aposentadoria por idade quanto no da por tempo de contribuição.

Segundo Meirelles, a diferença salarial entre homens e mulheres jovens (de até 25 anos de idade) é praticamente inexistente. Segundo cálculos do governo, nessa faixa etária elas recebem o equivalente a 99% do que é pago aos homens, em média.

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“As mulheres mais jovens já estão com remuneração igual à dos homens. A tendência obviamente é que em 20 anos isso estará igualado [nas faixas etárias mais velhas]. Então nós teremos um mercado de trabalho igualitário”, afirmou o ministro.

Estudos mostram, contudo, que a desigualdade salarial entre os gêneros cresce à medida que os profissionais avançam na carreira, uma vez que os homens tendem a ser mais promovidos e receber mais aumentos do que as mulheres.

O ministro, porém, negou que isso seja uma realidade no mercado de trabalho. “As empresas cada vez mais estão pressionadas por resultado, então têm que colocar o profissional que gera mais resultado”, afirmou.

“Existe cada vez mais uma qualificação das mulheres e presença maior no mercado de trabalho. E também nos escalões mais elevados, é um fenômeno global”, disse o ministro a jornalistas após evento em São Paulo nesta quinta (9).

Dados do IBGE, porém, mostram o contrário. Em 2015, mulheres em cargos de chefia ou direção recebiam 68% do que era pago aos homens na mesma posição -percentual inferior ao registrado há dez anos, quando a remuneração das mulheres no alto escalão equivalia a 71% do que era pago aos homens.

A fala de Meirelles acontece em um momento delicado na relação do governo com as mulheres. Nesta quarta (8), o presidente Michel Temer cometeu uma série de gafes em seu discurso em comemoração do Dia Internacional da Mulher.

“Tenho absoluta convicção, até por formação familiar e por estar ao lado da Marcela [Temer], do quanto a mulher faz pela casa, pelo lar”, disse o presidente. “Na economia, também, a mulher tem uma grande participação. Ninguém mais é capaz de indicar os desajustes, por exemplo, de preços em supermercados mais do que a mulher. Ninguém é capaz melhor de identificar eventuais flutuações econômicas do que a mulher, pelo orçamento doméstico maior ou menor”.

Não é a primeira polêmica sobre mulheres na qual Temer se envolve. Logo no início de seu governo, o presidente foi alvo de críticas por nomear um ministério composto exclusivamente por homens.

Pressionado, o peemedebista aumentou timidamente a presença feminina em seu governo. Atualmente, das 28 pastas na Esplanada dos Ministérios, duas são ocupadas por mulheres: a Advocacia-Geral da União e a de Direitos Humanos. (Folhapress)

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