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Categorias: Economia
| Em 8 anos atrás

Meirelles condena protecionismo de países desenvolvidos no FMI

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Sem mencionar os Estados Unidos, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, condenou neste sábado (22), em reunião do FMI (Fundo Monetário Internacional), a possível retomada do protecionismo por países desenvolvidos e defendeu uma “responsabilidade global compartilhada” na atual recuperação mundial.

Segundo Meirelles, o “cenário positivo” visto na recuperação do Brasil e de outros países em desenvolvimento deve ser ajudado por um maior crescimento nas economias avançadas.

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“No entanto, há duas precondições para uma contribuição significativa dessas economias avançadas para o crescimento. Em primeiro lugar, não deve haver revitalização do protecionismo”, disse o ministro brasileiro, nos Encontros de Primavera do FMI, em Washington.

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A outra precondição seria que os mercados emergentes “devem estar prontos para suportar os choques de condições financeiras mais apertadas”.

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Meirelles disse ainda que os países devem ter uma responsabilidade compartilhada para manter a recuperação vista no crescimento mundial, que subirá de 3,1% em 2016 para 3,5% em 2017, segundo projeções do FMI.

Neste sentido, segundo o ministro, as economias avançadas devem evitar a retirada prematura do apoio político ao crescimento e, “mais criticamente, resistir às pressões internas para reverter a integração econômica”.

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Os mercados emergentes, por sua vez, e algumas economias avançadas precisam avançar com reformas estruturais para sustentar o crescimento, segundo Meirelles, citando o exemplo das reformas -em especial a Previdenciária- em discussão no Brasil.

“Isso exige uma agenda econômica audaciosa, como, por exemplo, a que estamos tentando implementar no Brasil para reformar a seguridade social e nosso quadro de gastos públicos”, disse.

Meirelles afirmou que o Brasil está “totalmente comprometido com as políticas fiscais e monetárias sólidas que trouxeram estabilidade macroeconômica ao país”, incluindo manter a inflação na meta. Disse ainda que o país está “pronto” para se beneficiar de uma recuperação cíclica.

Segundo ele, a agenda de reformas estruturais iniciada no ano passado apoiará altas taxas de crescimento “no mais longo prazo que já vimos nos últimos anos”. Meirelles afirmou ainda que o Brasil deverá estar crescendo, de qualquer forma, a uma taxa de mais de 2% no último trimestre do ano.

Reforma “justa”

Em outro discurso na manhã de sábado, em nome de onze países que o Brasil representa no FMI, Meirelles já havia destacado que a “longa recessão está chegando ao fim” no Brasil e que a reforma da Previdência em discussão no país garantirá um futuro “justo” para as próximas gerações.

“A confiança vem crescendo no Brasil e há sinais de que a longa recessão está chegando ao fim. O crescimento deve ganhar impulso até o fim do ano, apoiando a criação de empregos e o aumento de renda real”, disse o ministro.

Como vinha fazendo desde que chegou a Washington, o ministro defendeu as reformas propostas pelo governo Temer, ressaltando a já aprovada PEC do teto de gastos.

“Outra peça-chave é a proposta enviada para o Congresso de reforma do sistema previdenciário, que previne uma trajetória explosiva para os compromissos de seguridade social e permite uma aplicação prudente do limite máximo de despesas”, disse.

“Assegurar uma consolidação fiscal adequada é não apenas um requisito para o crescimento sustentável, mas também é justo para as gerações futuras, impedindo a transferência de um legado indevido de elevados encargos da dívida.”

Meirelles também afirmou que o sistema financeiro do Brasil foi aprovado no “teste real de estresse da recessão”. “Regulamentação prudente e supervisão ativa contribuíram para a solidez do setor financeiro.”

A possibilidade de aprovação da reforma da Previdência tem sido o tema de interesse geral sobre o Brasil nos encontros do FMI desta semana. Meirelles, que teve reuniões com investidores nos últimos dois dias em Washington, disse ter sido bastante questionado sobre a aprovação da reforma da Previdência.

“As pessoas estão acreditando que vai ser aprovada”, afirmou aos jornalistas, acrescentando que, apesar da expectativa, “não é algo que está todo mundo parado, esperando”. “O fluxo de investimentos para o Brasil tem sido continuamente forte. Mas é claro que pode consolidar-se na medida em que haja aprovação dessas reformas”, disse.

As projeções feitas pelo fundo de um crescimento de 0,2% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil neste ano -e de 1,7% para 2018- já levam em consideração a aprovação da reforma, e o FMI enviará uma equipe ao Brasil nas próximas duas semanas para fazer uma análise sobre como a reforma da Previdência deve ficar após as mudanças feitas no Congresso. (Folhapress)

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