A plateia esvaziada no discurso de Michel Temer no Fórum Econômico Mundial em Davos não é sinal de baixo interesse no Brasil, segundo o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que falou a jornalistas nesta quarta-feira (24).
O baixo comparecimento -que levou a organização a colocar biombos para esconder fileiras vazias- é “normal”, disse. “O discurso foi bem recebido, segundo o retorno de diversos membros da audiência e daqueles que viram a distância. Com as transmissões eletrônicas, é normal que nem todas as salas estejam cheias.”
O ministro destacou o avanço de reformas realizadas em 2017 -como a aprovação do teto de gastos públicos e a mudança das leis trabalhistas- e a previsão de um crescimento de 3% do PIB neste ano. “[A taxa está] acima do que hoje analistas projetam, mas eles estão chegando perto nesse número”, disse.
Ele destacou os resultados positivos alcançados pela gestão, como o crescimento de 1,1% em 2017 e a criação de 1,4 milhão de novos empregos formais no país -sem mencionar, porém, que o saldo de emprego do ano ficou negativo em 328.539 vagas.
Meirelles ainda destacou a tramitação reforma da Previdência, que, segundo ele, será votada em fevereiro. “Será um passo importante em direção a um equilíbrio fiscal e à criação de um sistema mais justo, em que os [cidadãos] de baixa renda terão as mesmas condições daqueles que têm maiores salários. Isso será corrigido com a reforma que foi proposta ao Congresso.”
Questionado sobre os entraves para aprovar a privatização da Eletrobras, o ministro afirmou que, após a votação da Previdência, ainda haverá “diversos meses de trabalho do Congresso” antes que a pauta seja completamente tomada pelo processo eleitoral.
“Há bastante tempo para que seja votado e discutido. É um projeto importante, tão importante quanto foi a privatização do setor de telecomunicações nos anos 1990.” (Folhapress)
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