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Notícias do Estado
| Em 2 meses atrás

Meia tonelada de pasta base pode ter ficado 2 anos camuflada em ônibus escolar doado à prefeitura

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A apreensão de meia tonelada de pasta base de cocaína camuflada dentro de um ônibus de transporte escolar, por si só, já é uma história que chama a atenção. Mas um episódio desses, envolvendo veículo de uma prefeitura que foi doado pela Receita Federal, provavelmente com a droga já dentro, há mais de dois anos, tem os ingredientes de uma história incrível. Para completar o inusitado do ocorrido, de 5 presos por envolvimento, 4 são estrangeiros.

Tudo isso é o que está sendo investigado pela Polícia Civil de Porangatu, no norte de Goiás, desde segunda-feira (4). Foi quando o ônibus escolar da Prefeitura de Novo Planalto foi visto em uma oficina de Porangatu, onde aguardava por conserto havia cerca de um mês.

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O veículo tinha sido doado à prefeitura de Novo Planalto pela Receita Federal em 2022. Desde então, era usado para o transporte de estudantes universitários da cidade que estudam em Porangatu.

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Estrangeiros em ação

Desde que o veículo foi colocado na oficina, a região passou a ser monitorada pelos traficantes que passavam constantemente próximo, analisando o local. Isso chamou a atenção de pessoas que avisaram a Polícia Civil. Na segunda-feira, a movimentação de um brasileiro, dois venezuelanos, um boliviano e um peruano, removendo objetos do interior do veículo, foi observada por um dos policiais que investigava o caso.

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Uma equipe especializada envolvendo o Grupo Especial de Repressão a Crimes Patrimoniais (Gepatri), Delegacia de Polícia, DPCA, Genarc e Plantão da 12ª DRP de Porangatu, foi acionada e os policiais encontraram a droga escondida em compartimentos ocultos do veículo. Foram apreendidos aproximadamente 500 kg de pasta base de cocaína, além do ônibus e de uma van que, segundo os policiais, seria usada para o transporte da carga. A van já estava com as poltronas removidas para caber as embalagens da droga.

Tráfico internacional pode ter camuflado pasta base

Diante das nacionalidades diferentes dos presos, o responsável pela investigação, o delegado de Porangatu, Luciano Santos, suspeita de tráfico internacional de drogas. O destino também poderia ser São Paulo, confirme informou a Polícia Civil.

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Droga estava camuflada no interior do veículo – Foto: divulgação Polícia Civil

Sobre em que momento a droga foi colocada no veículo, se antes ou depois dele ter sido doado à prefeitura, o delegado considera que possa ter sido antes, embora o ônibus tenha passado por inspeção. “Há grande possibilidade de já ter vindo, doado, com droga no interior, em locais escondidos”, avaliou em entrevista ao portal G1.

Se essa tiver sido a cronologia do ocorrido, significa que desde 2022 o ônibus que carregava estudantes universitários entre as duas cidades, estava na mira dos traficantes.  Se foi assim, para ele, os criminosos monitoraram o ônibus e agora tentaram resgatar a droga. Foi a maior apreensão de pasta base de cocaína em Porangatu

Advogado entre os suspeitos

O delegado já avançou na investigação e vê a participação de outras suspeitos no caso. “Há claros indícios e elementos de provas no sentido de que há participação de outras pessoas, inclusive de um advogado, que já está devidamente identificado. Vamos também ampliar o máximo possível essa investigação para chegar em todos os integrantes dessa organização que certamente tem uma influência muito grande devido à quantidade de entorpecentes e à natureza da droga apreendida”, afirmou ao portal.

O telefone da Prefeitura de Novo Planalto não atendeu na tarde desta terça-feira. Na segunda, após a notícia do flagrante em Porangatu, o município divulgou uma nota em que garantia que o ônibus doado passou por inspeções da Receita e da prefeitura durante as manutenções realizadas, “sem que nenhum objeto ilícito tenha sido encontrado em sua posse”.

Conforme divulgou a Tv Anhanguera, o ônibus tinha sido apreendido pela Receita em uma abordagem no Mato Grosso do Sul ocorrida em agosto de 2021.

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Marília Assunção

Jornalista formada pela Universidade Federal de Goiás. Também formada em História pela Universidade Católica de Goiás e pós-graduada em Regulação Econômica de Mercados pela Universidade de Brasília. Repórter de diferentes áreas para os jornais O Popular e Estadão (correspondente). Prêmios de jornalismo: duas edições do Crea/GO, Embratel e Esso em categoria nacional.