Após uma tarde de negociação no Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), seguida de assembleia geral realizada na noite de ontem (30), o Sindicato dos Médicos do Estado de Goiás (Simego) não aceitou acordo com a Prefeitura de Goiânia e os associados devem continuar o movimento contra o novo contrato para temporários da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Segundo informações do jornal O Popular, cerca de 150 profissionais estiveram na reunião da categoria e a ampla maioria decidiu pelo não. Os médicos querem a prorrogação dos atuais contratos, que vencem nesta sexta-feira (31), além de mudanças na carga horária.
Durante a reunião no MPGO, com representantes da SMS, do Simego e mediada pelo coordenador do Centro de Apoio Operacional de Saúde, Eduardo Silva Prego, havia sido acordado que a Secretaria faria uma consulta formal ao Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) sobre a possibilidade de credenciamento de médicos que já possuam vínculos de caráter efetivo com o município para a prestação complementar de serviços públicos de saúde e ainda da possibilidade de cumprimento dos contratos que estão em vigor até seu término.
Já que de acordo com o novo edital de chamamento para credenciamento de médicos, não seria permitido o acúmulo de contratos efetivos e temporários. Também ficou decidido no encontro, que os contratos de credenciamento já firmados por médicos efetivos seriam mantidos até o prazo de validade, ou até a resposta da consulta no TCM.
Desde a semana passada, médicos temporários, também chamados de credenciados, começaram a faltar plantões em Cais e Upas, por discordarem dos novos contratos da SMS ou por terem interpretado que já haviam sido demitidos. O movimento de falta continuou ontem e deve continuar nesta sexta-feira (31), quando acabam mais de 400 contratos temporários.
De acordo com o presidente do Simego, Rafael Cardoso, os médicos querem que a SMS melhore o texto do contrato para assegurar os direitos dos profissionais. Segundo ele, é necessário que se esclareça alguns pontos do documento, como as 20h do regime de urgência e multas por faltas injustificadas. De acordo com Rafael, assim como os médicos tem obrigações a cumprir, a SMS também deve ter. A categoria exige que o contrato estabeleça uma data de pagamento dos servidores, com punição para a SMS, caso o salário atrase.
“No contrato, eles dizem que nós precisamos exercer a boa medicina, mas primeiro, nós precisamos ter condições para exercer a boa medicina”, disse Rafael Cardoso.