A Operação Venire, deflagrada pela Polícia Federal nesta quarta-feira (3), investiga fraudes nos registros de vacinação de Jair Bolsonaro, sua filha Laura e mais um casal de amigos do ex-presidente. De acordo com O Globo, um médico que trabalhava na prefeitura de Cabeceiras de Goiás, interior do Estado, teria sido responsável pelas adulterações.
Conforme informações do O Globo, o médico Farley Vinícius Alencar de Alcântara, que era próximo de Bolsonaro, teria fraudado os cartões de vacinação no sistema do Ministério da Saúde. A pedido de Jair, o médico fez comprovantes falsos de imunização contra Covid-19 de Bolsonaro e de sua filha Laura.
Além disso, também teria participado da fraude o Tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, ex-ajudante de ordem do ex-presidente. Mauro Cid, a esposa e as duas filhas também tiveram os cartões de vacinação adulterados para comprovar duas doses do imunizante.
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De acordo com a investigação, e conforme apuração do O Globo, o objetivo da adulteração dos cartões era garantir a entrada de Bolsonaro e da filha nos Estados Unidos. O comprovante de vacinação contra Covid-19 é exigido para a entrada no país.
Segundo a PF, Bolsonaro queria manter o discurso anti-vacina, propagado durante todo o seu governo e difundido por grupos bolsonaristas. Portanto, para manter sua ideologia, o ex-presidente teria sido levado a fraude.
Ainda de acordo com a investigação, a adulteração foi feita no final de dezembro de 2022, dias antes da ida de Bolsonaro para o EUA, onde permaneceu até abril, quando foi convocado para depor na PF.
O sistema de adulteração foi descoberto pela PF graças a troca de mensagens entre o presidente e o médico. Ao tentar registrar o cartão de vacina no sistema eletrônico ConecteSUS, em Duque Caxias (RJ), o comprovante foi rejeitado, pois o lote da vacina informado no documento era de Goiás.
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Conforme as mensagens, o grupo precisou conseguir o número de outro lote, registrado no Rio de Janeiro, para dar entrada no sistema e ter acesso ao comprovante de vacinação internacional. Depois de concluída a ação, foram apagados do sistema eletrônico do Sistema Único de Saúde (SUS) todos os registros da emissão dos cartões falsos.
Desse modo, Bolsonaro conseguiu o comprovante, mas sem deixar rastros no sistema eletrônico do Ministério da Saúde. A PF só descobriu as fraudes após ter acesso às mensagens e fazer uma perícia no sistema. Antes da operação, a Polícia não tinha informações sobre a adulteração e fraude no ConecteSUS.