A candidata do Partido dos Trabalhadores (PT) ao governo de Goiás, Kátia Maria, reforça em seu discurso que é integrante do time do Lula. De acordo com ela, se eleita, quer implementar em Goiás as políticas públicas realizadas pelo ex-presidente. Kátia Maria ressalta ainda que em Goiás existe uma diferença entre dois projetos, o dos apoiadores de Michel Temer (MDB) e o do time do Lula. Durante entrevista ao Diário de Goiás, ela apresenta propostas para o desenvolvimento da região do Entorno do Distrito Federal, além das regiões Norte e Nordeste do Estado.
Leia a entrevista na íntegra:
No início do ano, já havia previsão da sua candidatura?
– Da candidatura do PT, sim. Nós viramos o ano e em nossa primeira reunião de janeiro, nós já havíamos decidido que o partido, o melhor caminho que teria em Goiás seria lançar candidatura própria. Agora, do meu nome, não. Foi uma questão depois, que nós tomamos a deliberação em maio, sendo que, por unanimidade, o partido entendeu que o meu perfil era o perfil que poderia colaborar não apenas com a eleição, mas com uma mudança de verdade no governo de Goiás dado o meu perfil técnico e meu perfil político. Então, me sinto honrada de ser a candidata do PT em Goiás e de ser a candidata do Lula, fazendo aqui um jogo coletivo, onde o time do Lula se apresenta com [Fernando] Haddad, nosso presidente, eu tendo a honra de ser candidata a governadora junto com meu vice Nivaldo, tendo dois candidatos a senador, porque nesta eleição, o eleitor poderá escolher dois senadores, então a professora Geli e Luís César Bueno, e um time grande também de candidatos e candidatas a federal e estadual.
Após diversos debates, qual a diferença entre as suas propostas e as dos outros candidatos?
– Eu percebo que em Goiás nós temos um cenário muito claro. Temos de um lado um projeto que é o projeto que tem os parceiros do Temer: PSDB, DEM, MDB, que estão juntos no governo do Temer e também estão apoiando tudo que ele apresenta ao Congresso Nacional. Aqui em Goiás não é diferente. As propostas deles são similares, não existe mudança significativa. O que eles estão brigando é para ver quem é que tem o comando da caneta, mas o projeto é de concentração de renda, de terceirização, de privatização, de olhar para o grande ao invés de olhar para o pequeno. Então, de um lado nós temos essas três candidaturas. Se o eleitor de Goiás quiser de verdade uma mudança, é com outro time, é o time do Lula, que tenho a honra de ser a candidata e me sinto muito preparada para fazer essa mudança em nosso Estado sendo uma governadora com o olhar muito generoso. Eu tenho andado o Estado de Goiás inteiro, nosso povo está sofrido, e eu quero ser uma governadora com olhar generoso para cuidar com muito carinho, atenção, responsabilidade das pessoas, mas também com pulso firme, porque tem muita coisa que nós vamos precisar fazer para mudar a realidade de Goiás. Se o povo me der essa oportunidade, eu me sinto preparada, eu sei o que fazer, eu sei como fazer para que nós possamos dar uma vida digna, oferecer serviços de qualidade para nossa população.
Quais as propostas para o Norte do Estado?
– Nós temos um problema muito sério, e é isso que eu disse: se quiser continuar do jeito que está, pode pegar qualquer um dos outros três candidatos que vai continuar a mesma coisa. Com alguns, a mudança pode ser para pior. Agora, eu entendo dessa área porque é minha área de planejamento. Nós precisamos equilibrar o desenvolvimento em Goiás. É por isso que nós lançaremos o programa Desenvolve Goiás, pensando no desenvolvimento de todas as regiões. Veja bem: hoje nós temos 60% do PIB de Goiás, o que o Estado produz no ano, concentrado em apenas dez cidades. Sobra 40% do restante da produção para ser dividido em 236 municípios. Eu quero ser uma governadora que olha para todas as regiões. Nós temos dez municípios que concentram essa renda, esse desenvolvimento, essa produção, o PIB. E eu quero ser a governadora não para não olhar para essas, que essas ainda tem potencial também, mas quero ser uma governadora que dê conta de fazer um governo articulado, que possa dar oportunidade para essas outras regiões para que o Norte, Nordeste, Noroeste possam se desenvolver também. Eu ando muito pelo Norte, sei das demandas que tem, nós temos um potencial agrícola, de turismo muito grande na região Norte que hoje não se desenvolve e que falta. Por exemplo, Minaçu tem um potencial grande, Niquelândia tem um potencial grande e falta estrada. Nós estamos isolados. A região Norte com a região Nordeste de Goiás vai ligar com a Bahia, aumentando a nossa capacidade de escoar a produção de Goiás, aumentando a capacidade para que as pessoas possam ter os roteiros turísticos do Norte interligado com o Nordeste, fazendo com que a gente possa gerar mais trabalho e renda, gerar mais desenvolvimento porque não terá Estado de Goiás forte se os municípios estiverem fracos. Eu quero ter essa visão como governadora de fortalecer os municípios porque se os municípios tiverem uma boa participação no desenvolvimento de Goiás, significa que o Estado estará forte, que terá uma capacidade de investimento maior das políticas públicas e Goiás vai poder integrar desenvolvimento econômico, desenvolvimento social e sustentabilidade social.
Quais são os deputados estaduais e senadores do PT?
– Nós temos mais de 50 candidatos e candidatas a deputado estadual e mais de 20 candidatos a deputado federal. É importante que você conheça nossos candidatos – e você pode fazer isso pelas nossas páginas –, mas quero dizer para você e para todos a importância de votar em nosso projeto. Essa eleição é para escolher entre dois projetos, e votar no time do Lula de ponta a ponta fará toda a diferença nesta eleição. Então, se você votava no Lula, vote no Haddad, vote na Kátia governadora, vote de ponta a ponta no PT. Se você vota no Haddad, vote de ponta a ponta no PT também. Para federal você pode digitar 13 que vai contar para a legenda, para estadual você pode digitar 13 que vai contar para a nossa legenda também.
Quais as propostas para o desenvolvimento para a região do Entorno do Distrito Federal?
– Eu acompanho o Entorno desde o início da década de 2000, quando técnica pude acompanhar a elaboração dos Planos Diretores de várias cidades, sei do sofrimento do povo. Ajudei, à época do presidente Lula, a levar benefícios para aquela região, mas sei que como governadora eu posso fazer mais, e se o povo do Entorno me der essa oportunidade eu quero fazer um plano dentro do Desenvolve Goiás específico para a região Leste de Goiás, fazendo com que o Estado possa de fato reconhecer aquela região e oferecer a política pública que nós precisamos. É muito importante que a gente tenha bom relacionamento com o Distrito Federal, mas é inadmissível que a nossa população fique refém da geração de emprego só no Distrito Federal, fique refém da saúde do Distrito Federal. Quando era o Agnelo [Queiroz], ainda recebia as pessoas na área da saúde. O que eu tenho escutado lá hoje é que às vezes não atende na cidade, eles vão à Brasília, estão dizendo não, estão de portas fechadas para quem é de Goiás e eles têm que voltar para Goiânia para serem atendidos. Quero dizer que vamos descentralizar a saúde. Nós temos um hospital abandonado em Santo Antônio do Descoberto, que vamos retomar as obras nos 180 dias, nós temos um hospital que já foi inaugurado três vezes em Águas Lindas, que não está finalizado e nós vamos finalizar as obras e colocar para funcionar, para que a população do Entorno possa ser atendida na região. Assim como nós queremos fazer, em relação à segurança pública, uma gestão integrada, onde possamos, com educação integral, articulada com conhecimento, cultura, esporte, capacitação profissional e geração de trabalho e renda, invertermos os números da criminalidade. Está provado que onde o Estado é presente com essas políticas públicas, em especial da educação, a criminalidade tem dificuldade de entrar. Do outro lado, nós vamos criar um Centro de Referência em Segurança Pública em cada uma dessas cidades, fazendo uma articulação entre a Polícia Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Polícia Federal, Detran e Defesa Civil para que de forma articulada e com inteligência suficiente, usando a tecnologia, nós possamos ter uma ação efetiva entre as polícias para combater o crime organizado na região. Então, de um lado com um olhar muito generoso, muito carinhoso, quero oferecer as políticas públicas da área social da geração de trabalho e renda, mas por outro lado, pode ter certeza, terei pulso firme para fazer na segurança pública a ampliação do número de policiais em cada rua para que nossa cidade… Eu fui a Luziânia e o pessoal disse que o efetivo de policiais nas ruas que tem lá não atendia a população, uma cidade do tamanho de Luziânia e com os altos índices de violência que tem. Então, vamos garantir concurso público para que nós tenhamos policiais em todas as cidades também.
Eleição nacional – pesquisa divulgada hoje aponta que Fernando Haddad saltou de 16% para 23%. Bolsonaro, na estimulada está com 33%. A continuar nesse ritmo, se tiver um novo salto, ele vai entrar na semana que vem em empate técnico com Bolsonaro. O que levou a esse salto de Fernando Haddad?
– Na verdade, eu estou falando isso desde o começo. Essa eleição é uma eleição de projeto. É claro que nós queríamos que o Lula fosse o candidato, trabalhamos para isso, tentamos viabilizar isso, mas infelizmente o judiciário sacramentou esse estado de exceção que nós estamos vivendo e, para não comprometer com o recurso, nós preferimos substituir colocando o nome de Haddad. O povo já entendeu que o Haddad é Lula, que Lula é Haddad, que Kátia é Lula, que Lula é Kátia, e que nós somos um time completo. Hoje nós temos o Haddad como não candidato a presidente, competentíssimo, que vai fazer o mesmo projeto que o Lula estava fazendo. As pessoas estão entendendo que, em Goiás, quem pode cumprir com essa plataforma que o Lula defende, que é de distribuir renda, que é de gerar emprego, que é de construir mais universidades, que é de levar as nossas crianças para os Cmeis, que é de construir casas, é a Kátia governadora. É por isso que eu faço questão, eu tenho honra de ser do time do Lula. Porque o Lula, aqui em Goiás, construiu mais de 240 mil casas. Eu quero ser a governadora, que junto com o Lula, nós vamos otimizar… o Haddad vai fazer um governo federal orientado pelo nosso líder maior, que é o Lula, então é o time do Lula que está em campo. O Haddad é super experiente, tem uma boa experiência na área da gestão, e você pode ter certeza, será o nosso presidente, a pesquisa já está mostrando, a onda vermelha toma conta do Brasil. Essa onda vermelha aparece em Goiás também, no próximo dia 28, nós teremos a grande satisfação de receber o nosso candidato Fernando Haddad, às 9h30, na Praça Cívica até a Praça do Bandeirante, para junto com o povo fazer uma grande caminhada, apresentando o time do Lula.
Como apontado nas pesquisas, o Nordeste faz a diferença para Haddad, enquanto o sul é mais Jair Bolsonaro. O que faz essa diferença?
– É um pouco da cultura. Nós temos uma cultura mais tradicional, o Centro-Oeste, mais no sul, uma cultura ruralista. O Nordeste é um povo mais sofrido, por isso eles reconhecem. O Lula cuidou de todas as regiões, e ao cuidar de todas as regiões, o Nordeste recebeu como nunca antes as obras e benefícios que tiraram o povo do mapa da fome, tirou o povo da pobreza extrema, e é por isso que as pessoas reconhecem, reconheciam o Lula e estão reconhecendo o Haddad. Aqui em Goiás nós queremos fazer a mesmas políticas públicas que o Lula fez, que foi dar condições para que todas as regiões se desenvolvessem. É por isso que eu quero cuidar do Norte, do Nordeste, da região Noroeste. Veja você: nós temos um candidato que tem cinco mandatos de deputado estadual, um pela metade de senador e a região Noroeste é a pior de desenvolvimento. Nós temos o atual governador que é da Região Nordeste, que também tem o segundo pior desenvolvimento dentre as regiões. Eu quero ser essa governadora, que com olhar atencioso, quero cuidar das pessoas, gerando desenvolvimento, criando trabalho e renda. É por isso que nós vamos criar o programa Emprego Já, para que nos primeiros 180 dias a gente possa retomar as obras paradas, para que a gente possa gerar emprego na construção civil, mas investir em fontes rápidas e limpas, que é o turismo, a agricultura famíliar, e a economia criativa com a cultura, para que esse desenvolvimento chegue em todos os municípios.
Relacionamento em virtude de diferenças partidárias
– Nós precisamos entender que são projetos. Se nós tivermos no Governo Federal o Haddad como presidente, e a Kátia como governadora, significa que esses projetos têm sintonia e que nós vamos poder fazer mais pela população. Agora, você me mostrou uma pesquisa que aponta que o Haddad pode chegar primeiro, inclusive, no primeiro turno. Mas, vamos supor, que isso não aconteça, é importante que as pessoas entendam que são projetos diferentes mas, como chefe do poder executivo, nós teremos a tratativa de chefe do poder executivo, de reivindicar e de exigir do Governo Federal o que é de responsabilidade dele.
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