Dez dias após a prisão do ex-governador André Puccinelli, o MDB de Mato Grosso do Sul resolveu substituir seu candidato ao governo do estado e lançar a senadora Simone Tebet ao governo do estado. A decisão foi tomada neste domingo (29).
Governador de Mato Grosso do Sul entre 2007 e 2014, Puccinelli era o pré-candidato do partido ao governo do estado.
Há dez dias, ele foi preso preventivamente no âmbito da Operação Lama Asfáltica, que investiga desvios de R$ 235 milhões em obras estaduais. Seu filho, André Puccinelli Júnior, também foi preso. A defesa de ambos nega irregularidades.
Puccinelli já havia sido preso em novembro do ano passado, mas foi solto após passar menos de um da na cadeia. Ao requerer a nova prisão, o Ministério Público Federal apontou que o ex-governador e seu filho tentou esconder documentos em uma quitinete na periferia de Campo Grande.
A princípio, a estratégia do MDB era manter a candidatura de Puccinelli, repetindo a estratégia que o PT tem usado em relação ao ex-presidente Lula. Ao contrário do ex-presidente, Puccinelli não possui condenação em segunda instância e poderia disputar as eleições mesmo dentro da cadeia.
A mudança de estratégia, dizem aliados, partiu do próprio Puccinelli, que optou por indicar um outro nome para disputar o governo do estado.
“André é muito racional. Ele preferiu dar rumo ao partido”, afirma o vice-presidente do MDB em Mato Grosso do Sul, senador Waldemir Moka.
Segundo Moka, o nome de Simone Tebet foi bem recebido dentro do partido e deve ser referendado em convenção no dia 4 de agosto. A senadora já informou ao partido que aceita a candidatura.
Senadora em primeiro mandato, Simone Tebet foi deputada estadual, prefeita de Três Lagoas (MS) e vice-governadora no segundo mandato de André Puccinelli, entre 2011 e 2014. De família política, ela é filha do ex-governador e ex-senador Ramez Tebet.
Ela enfrentará nas urnas o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que disputa a reeleição, e o juiz aposentado Odilon de Oliveira (PDT).
Além da candidatura de Simone Tebet, o MDB tentará reeleger senador Waldemir Moka para mais um mandato. A chapa terá apenas um candidato ao Senado.
Ao todo, o MDB deverá ter 11 candidatos a governo estaduais, menor número desde a retomada do voto direto nos estados em 1982. (Folhapress)