Apontada como a grande favorita à conquista da Eurocopa, a França está eliminada da principal competição de seleções da Europa. Em mais um jogo emocionante, cheio de alternâncias e decidido em detalhes, a Suíça bateu a atual campeã mundial nos pênaltis após empate em 3 a 3 no tempo normal e avançou às quartas de finais da Eurocopa.
Nesta segunda, em Bucareste, na Romênia, a seleção francesa enfrentou uma organizada Suíça, que deu trabalho, saiu na frente, mas perdeu um pênalti quando vencia por 1 a 0 e se abalou emocionalmente. Os franceses cresceram depois que Lloris defendeu a penalidade, conseguiram a virada no segundo tempo com gols de Benzema em um intervalo de dois minutos e ampliaram com Pogba. No entanto, os suíços renasceram no fim do segundo tempo e aproveitaram os erros defensivos do adversário para chegar ao empate com gols de Seferovic e Gavranovic e forçar a prorrogação
Não houve mais gols na prorrogação. Nas penalidades, Gavranovic, Pogba, Schär, Giroud, Akanji, Thuram, Vargas, Kimpembe, Mehmedi converteram suas cobranças. Quis o destino que Mbappé, um dos principais nomes da França, errasse o último pênalti, defendido por Sommer, o herói da classificação suíça. O goleiro festejou muito. Já o astro do PSG decepcionou e deixou o torneio sem balançar as redes.
Nas quartas, a Suíça encara a Espanha, que mais cedo precisou da prorrogação para despachar a Croácia em Sevilha. O duelo será na próxima sexta-feira, às 13 horas (de Brasília), em São Petersburgo, na Rússia.
Os suíços fizeram um primeiro tempo praticamente perfeito dentro de sua estratégia desenhada. Organizados, se defenderam bem, forçaram os erros do rival, que entrou com três zagueiros, e criaram boas oportunidades até abrir o placar cedo, com Seferovic, que foi às redes de cabeça aos 14 minutos da etapa inicial. Embolo, Xhaka e Zuber foram os destaques.
A seleção francesa não pressionou muito na marcação e também ficou devendo no ataque, que, apesar de todo o talento com Griezmann, Mbappé e Benzema, pouco fez. O lado direito foi inoperante e o meio de campo não criou. O esquema com três zagueiros não deu certo e o técnico Didier Deschamps desfez o sistema no intervalo ao tirar Lenglet e colocar o meia-atacante Coman.
A Suíça teve tudo para derrubar um dos favoritos no tempo normal Provavelmente conseguiria se tivesse convertido um pênalti no início da etapa final depois que Zuber caiu dentro da área e o árbitro assinalou a marca da cal com o auxílio do VAR. Àquela altura, ficaria confortável no jogo. Mas o experiente defensor Ricardo Rodríguez parou em Lloris. O goleiro caiu no canto direito e fez a defesa em dois tempos. Isso aconteceu aos oito minutos. Aos 11, veio o castigo para os suíços.
Griezmann acionou Mbappé na entrada da área. O astro do PSG rolou para Benzema, que colocou na frente e tocou na saída do goleiro. Dois minutos depois, o atacante do Real Madrid, de volta à seleção após cinco anos e meio, marcou o segundo. Dessa vez, Coman tocou para Griezmann, que tabelou com Mbappé. O camisa 7 parou no goleiro. Mas Benzema apareceu para conferir no rebote.
Confiante, o time francês ampliou aos 29 com uma pintura de Pogba, comprovando que, quando esta a fim, o meio-campista do Manchester United faz a diferença. Ele dominou na intermediária, e chutou colocado, no ângulo direito. Comemorou com uma dancinha marrenta.
Com 3 a 1 no placar, imaginava-se que a França administraria a vantagem com certa tranquilidade. O cenário de um jogo cheio de alternâncias, porém, mudou rapidamente. A Suíça renasceu aos 35, quando Seferovic fez mais um de cabeça e diminuiu o marcador. Os suíços aproveitaram a fragilidade defensiva do desequilibrado rival, forte no ataque, mas mal na defesa, e alcançaram o improvável empate aos 44 minutos. Xhaka encontrou Gavranovic, que limpou a marcação e finalizou cruzado, da entrada da área, no canto.
Na prorrogação, embora tenha havido certa cautela dos dois lados e as equipes estivessem extenuadas, o jogo permaneceu aberto e ambos criaram chances para marcar. Giroud, que entrada no lugar do exausto Benzema, levou perigo em cabeceio defendido por Sommer. Mbappé teve em seus pés a oportunidade de carimbar a vaga francesa após linda enfiada de Pogba, mas bateu mal de esquerda, sem direção, e saiu mancando, fruto de câimbra. Nos pênaltis, Mbappé foi o único a errar e teve de aguentar a festa dos suíços.
(Conteúdo Estadão)