Quando se fala em moda, a partir de um contexto histórico, é possível verificar que ela nasce e desenvolve de uma forma muito empírica, em um ambiente familiar, onde o corte e a costura eram passados dos mais velhos para os mais novos. E recentemente é que o Brasil passou a produzir pesquisas e conteúdos teóricos sobre a indústria da moda, reconhecendo-a como um campo em expansão, aberto a possibilidades.
Da necessidade ao luxo, vestir-se virou negócio. É uma realidade que engloba conceitos, influências culturais, estilos e personalidades, mas que está totalmente associada à produção fashion em massa, com a atuação de grandes empresas e marcas.
São indústrias que também carregam uma parcela de culpa quando o assunto é degradação ambiental. Porém, assim como tem ocorrido em outras áreas, existe um movimento que caminha na contramão a fim de possibilitar uma produção e consumo mais conscientes: a economia criativa.
E o que é economia criativa?
Segundo o Observatório Brasileiro de Economia Criativa (OBEC), trata-se de um “setor estratégico e dinâmico, tanto do ponto de vista econômico quanto social: suas atividades geram trabalho, emprego, renda e inclusão social”.
É um conceito que visa organizar a moda para que ela continue a gerar emprego, lucro, mas sem agredir os recursos naturais. Mas não apenas a moda, esse tipo de economia abrange outros segmentos como as Artes Visuais, Cinema, Design, Música e Publicidade. Estes podem ser divididos em quatro grandes áreas:
Consumo (design, arquitetura, moda e publicidade)Mídias (editorial e audiovisual)Cultura (patrimônio e artes, música, artes cênicas e expressões culturais)Tecnologia (P&D, bioteconologia e TIC)
Em todas essas áreas, a economia criativa surge para abranger ciclos de criação, produção e distribuição de bens e serviços que tem por elementos principais a utilização da criatividade, da cultura e do capital intelectual.
O espaço da moda
Num movimento contrário às grandes marcas da indústria fashion, a moda se consolidou no processo de economia criativa como um caminho aberto aos novos profissionais e às novas possibilidades de consumo e produção, como a slow fashion, um modelo mais consciente de se trabalhar com a moda em pequenas escalas e de forma mais regional.
Segundo informações do Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil, publicado pelo Sistema FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) em dezembro de 2016, a Moda, ao lado do Design e Expressões Culturais, no período de 2013 a 2015, apresentou mudanças importantes que apontam para maior especialização e profissionalização e para maior foco na experiência do consumidor.
Nesse sentido, a qualificação para quem pretende trabalhar na área é algo imprescindível. É preciso conhecer os processos de produção e consumo da moda, entender seu impacto no mundo, estimular e inovar a criação, fazer dela um negócio e compreender o funcionamento desse mercado.
Ainda mais quando se trata de um mercado alternativo, preocupado com os impactos sociais, culturais e ambientais, como é o caso da economia criativa.
O IPOG como o espaço para estudar moda
Atento a este cenário, o Instituto de Pós-Graduação e Graduação inaugura o MBA Moda: Fashion Design e Economia Criativa, em parceria com o Consórcio POLI Design, do Instituto Politécnico de Milão. Ao lado do professor, arquiteto e urbanista, Lorí Crízel, o mestre em Têxtil e Moda pela Escola de Artes Ciências e Humanidade da USP, Kledir Henrique, coordenará a pós.
Ele explica que o curso tem por objetivo apresentar conceitos e técnicas da economia criativa, trabalhar com o posicionamento de mercado, processos de vendas, geração de renda, briefing de mercado, dentre outros conteúdos. Além disso, ele irá focar no desenvolvimento de produtos e coleções de moda alinhados aos modelos de negócios atuais.
“A moda ainda é muito empírica, poucas pessoas vão para a faculdade, e quando vão buscam apenas ser criadores e não gestores. A economia criativa não é difundida, é desconhecida, então a pós virá como uma oportunidade de potencializar algo que já existe”, afirma.
Aberta aos que trabalham com roupas, joias, calçados, relógios, dentre outros, o MBA em moda proporcionará um contato com materiais e estudos inovadores que têm sido desenvolvidos no Brasil. “O profissional poderá olhar para a sua região a partir da economia criativa, ele poderá avaliar o potencial de sua localidade e gerar capital para a comunidade em que vive, bem como valorizá-la”, conclui.
E então, gostou da novidade? Conheça mais sobre a economia criativa e entenda porque criar uma startup nesse modelo pode ser um bom negócio pra você! No mais, compartilhe suas expectativas com a gente nos comentários abaixo!