O marqueteiro do presidente Michel Temer (PMDB), Elsinho Mouco, confirmou, em nota divulgada nesta sexta-feira (19), ter conversado com o empresário Joesley Batista, do grupo JBS, sobre um trabalho de “defesa digital” para o então vice-presidente no ano passado.
Em sua delação, Joesley afirmou ter pago R$ 300 mil “em espécie” para Mouco a pedido de Michel Temer, que estaria incomodado com as críticas que vinha sofrendo na internet durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT). Na nota, Mouco confirmou as conversas, mas não deixa claro se e quando recebeu o dinheiro de Joesley.
“Em meados de 2016 recebi um convite de Joesley para ir à sua casa. Chegando lá, me reuni com ele, com seu pai José Batista e seu irmão Wesley. Discutimos o momento político do país e as possibilidades de Júnior Batista se candidatar. Depois desta introdução, comentei que vinha auxiliando o então vice-presidente Michel Temer com um trabalho de defesa digital”, declarou, na nota.
“Joesley mostrou-se interessado em ajudar, bem como contratar o mesmo serviço para o seu grupo. Isto pode ser confirmado pela troca de mensagens que mantivemos posteriormente”, acrescentou Mouco.
O marqueteiro afirmou ainda que “possui relação” com o grupo JBS desde 2010, quando teria sido procurado “para desenvolver trabalho de marketing político para a pré-candidatura ao governo de Goiás de um de seus sócios, Júnior Batista, que vem a ser irmão de Joesley. Em 2014, fui novamente contratado com o mesmo objetivo, mas, pela segunda vez, Junior desistiu da candidatura. Em ambas as ocasiões as notas fiscais foram emitidas normalmente.”
Mouco negou ter sido o responsável pelo marketing político da campanha de Gabriel Chalita (ex-PMDB, atual PDT ) à Prefeitura de São Paulo em 2012. “Não tive contrato nem contato algum com a família Batista, da JBS.”
O marqueteiro disse ainda que no “auge da crise provocada pela operação Carne Fraca”, voltou a receber uma mensagem de Joesley, que o consultou “quanto à minha disponibilidade de fazer novamente a defesa digital da JBS”. “Foi o último contato que tivemos”, escreveu o publicitário. (Folhapress)