Os fatos não deixam dúvida: a oposição não é oposição e ninguém assume a culpa ou responsabilidade. Todo mundo culpa todo mundo. Enquanto isso, os governistas se reaglutinam e juntam forças. A diferença? Eles tem um líder que puxa a unidade, na dor ou no amor: o governador Marconi Perillo (PSDB).
Quem se contrapõe?
A votação que impediu o Superior Tribunal de Justiça de processar o tucano é um exemplo claro disso. Por mais que o tema tenha sido debatido, não está esgotado.
E não se esgotou porque não se resolve. Falta oposição. E a falta dela preocupa mais pelo mal que faz a sociedade, do que pelo bem que faz a Marconi Perillo.
O caso – falta de oposição – não se restringe às eleições de 2014. É um problema político e política não é um ato bienal de sucessão.
A saída do presidente do diretório metropolitano do PMDB, Samuel Belchior, durante a votação no Plenário, repercute na censura diária aos meios de comunicação, nas estradas esburacadas, na falta de segurança, na educação precária…
O voto foi secreto. Seis deputados de oposição votaram em prol do governador (leia aqui). Sem qualquer pretensão de adivinhar a escolha de cada um, o incômodo foi provocado pelo silêncio.
Quem cala, consente. E o consenso tem impedido a evolução do Estado goiano.
A negociação política, o comodismo, a ausência do discurso, do debate, de projetos alternativos podem afundar a sociedade.
A inexistência do contraditório é a nova praga da democracia brasileira.
E brasileira porque não há contrapontos nem aqui, nem lá, no Congresso Nacional.
O PT tem caminhado sossegado no Governo Federal, na Prefeitura de Goiânia… Assim como caminha o PSDB no Governo Estadual.
Em todas as esferas da gestão pública só se vê situação.
Estamos assistindo a morte da democracia. Pouco a pouco. Este sistema que valoriza a pluralidade de opiniões. A escolha. Lamentavelmente, o que temos pra hoje é pura negociação. Barganha.
Os deputados se acanham e ganham cargos comissionados. Os vereadores se calam e ganham verbas para gabinetes. A sociedade… Se esfola.
É compreensível que os tempos são outros. Talvez não caibam queima de pneus, muros pixados, caras pintadas… Talvez, mas isso tornava o modelo democrático mais nítido.
A reportagem do Diário de Goiás procurou o deputado Samuel Belchior para saber sobre o silêncio, sobre a nomeação de seu pai, sobre as águas de março…
Ele não atendeu, nem retornou as ligações.
Deixa pra lá. O fato – submissão da oposição na Assembleia – precedeu um feriado prolongado. Logo é esquecido. E por mais que o assunto seja retomado nas redes sociais, nada como o tempo. O tempo e uma boa campanha eleitoral em 2014.
Nada como um bom marqueteiro, um bom jingle, uma frase de efeito, a escolha da camisa certa, da cor ideal, das combinações de palavras, do comediante mais querido…
Tudo se resolve.
Será?
Afinal, bom pra Goiás é…