A eleição em Goiás está em ritmo acelerado. Difícil é imaginar que os pré-candidatos a governador conseguirão segurar o pique até o ano que vem. Ninguém está parado. Estão todos em movimento. É o caso de se dizer: nunca uma campanha começou tão cedo em Goiás.
Vanderlan Cardoso (PSB) e Júnior Friboi (PMDB) andam pelo interior com ampla desenvoltura. Principalmente Vanderlan. Eles fazem contatos e estreitam laços, novos que são nos partidos, e tratam de espalhar a informação de que estão no jogo pra valer.
Ambos são pouco conhecidos da grande massa, mais ainda Friboi. E precisam ainda convencer os novos companheiros de partido que chegaram para ficar, já que mostraram trajetória partidária tortuosa nos últimos meses. Vanderlan entrou e saiu do PMDB; Friboi não esquentou nenhum banco de legenda.
O governador Marconi Perillo se vale de governo itinerante e imersão da equipe em técnicas de comunicação para melhorar a imagem de seu governo. Melhorando a imagem institucional, naturalmente melhora a possibilidade de recuperação da imagem do próprio.
Hoje, um dos principais pontos de desgaste para Marconi Perillo é a visão de que o seu governo está empacado nas promessas não cumpridas e nas guerras internas. Fazer a administração andar e retomar a perspectiva de poder que se esvai.
Até quem diz não ser candidato está se mexendo. O petista Paulo Garcia, prefeito de Goiânia, opera nos bastidores uma ação silenciosa para alavancar a sua gestão e chegar no início do ano com força para, quem sabe, ser o nome de uma aliança PT-PMDB.
Antônio Gomide, prefeito de Anápolis, não admite ser citado entre os governadoriáveis, mas nem precisa dizer que é para parecer, e para ser mencionado espontaneamente como um nome forte, por representar o novo e ter uma boa administração para apresentar como referência. E suas visitas ao interior, em eventos de prefeitos e de seu partido, ajudam a deixar no ar a ideia de que pode ser candidato.
E Iris Rezende? Iris nada diz, nada faz. Em todo caso, é candidatíssimo na opinião de dez entre dez políticos em Goiás. E, por isso, mesmo que não seja candidato, ninguém acreditará, até junho do ano que vem, nas convenções, que de fato pode não ser. Caso curioso: Iris faz campanha até quando vai para a fazenda dele. E, se falta a um evento, significa que armou palanque para si próprio.
Exemplo disso foi sua ausência na filiação de Júnior Friboi, semana atrás. Iris disse que não iria porque sempre cai sobre seus ombros a culpa caso alguém não consiga se viabilizar dentro do PMDB. Foi o caso de Henrique Meirelles. Mas, ao falar isso, mostrou descontentamento e lançou sobre a pretensão de Friboi ser candidato a governador o chamado manto da desconfiança. Ato contínuo: deixou todo mundo mais desconfiado de que é ele, não Júnior ou qualquer outro, o nome peemedebista para 2014.
Outro nome que está se movimentando como candidato é o deputado federal Ronaldo Caiado. A recente luta dele contra a reforma do ICMS mostrou que tem discurso e disposição para a disputa. Ele integra o grupo de Vanderlan Cardoso, chamado terceira via, dá a entender que aceita como fato a candidatura do colega, mas não joga a toalha. Está em ação, em Brasília e no interior do Estado.
Como está o vice-governador José Éliton, hoje no DEM mas a caminho do PP. A filiação dele ao novo partido, dia 6, será mais um ato de confirmação de que joga para continuar na vice ou, se for o caso, assumir o governo no início do ano que vem, caso Marconi Perillo saia para ser candidato a outro cargo que não a reeleição.
José Éliton faz um jogo silencioso, o jogo de quem dá passos largos, mas não descuida do chão onde pisa. Basta uma olhada em sua agenda de visitas aos municípios para se ter uma ideia de como age de caso pensado.
Mas só eles estão em campanha. Não. Apenas eles já não conseguem mais esconder que estão.