Ao anunciar, na segunda-feira (6/2), conjunto de 10 medidas para estimular o desenvolvimento da economia do turismo em Goiás, o governador Marconi Perillo disse estar otimista com os rumos da economia do Brasil em 2017, mas observou que somente uma queda consistente na taxa básica de juros (Selic) será capaz de promover uma aceleração na criação de novos empregos. Marconi afirmou que, apesar de os indicadores já mostrarem um horizonte de recuperção do crescimento do País, o desafio de gerar empregos exige medidas mais enérgicas, como o corte na Selic.
“Defendo a redução dos juros para que possamos criar mais empregos. Com os juros altos como ainda estão não teremos condições de acelerar a criação de novos postos de trabalho. Esse é o maior desafio que o Brasil tem de enfrentar”, afirmou Marconi, em entrevista coletiva ao lado das entidades que compõem o Trade Turístico do Estado, no Palácio das Esmeraldas. O governador disse que, a partir da política de redução gradativa da taxa de básica de juros da economia adotada pelo Banco Central, é possível antever que a Selic encerrará o ano em um dígito, mas pregou mais ousadia nos cortes.
Marconi afirmou estar “bastante preocupado com a geração de empregos”, que ainda deverá levar um certo tempo. “A economia cresce entre 0,5% e 1% [índice anualizado], mas só daqui um ano pra frente é que ela começa a viabilizar os empregos”, disse o governador. “O que mais me anima é a perspectiva de que vamos ter uma boa queda nos juros. Os juros atrapalham tudo, encarecem a dívida dos estados, dos municipios, de quem precisa do crédito. Todo mundo perde e as pessoas ficam meio tímidas pra investir.”
Marconi reconheceu a vontade política da equipe econômica do governo do presidente Michel Temer no sentido de contornar a crise, mas ressaltou que esse crescimento precisa ser sustentável, amparado por reformas estruturantes, como por exemplo, a tributária. “Se não fizer a reforma tributária também não vai adiantar esse esforço. A PEC dos Gastos foi aprovada e isso é importante porque o grande problema do Brasil é esse círculo vicioso. O Brasil depende de capital externo pra financiar o déficit. Se você não aprova uma reforma agora, não vai deixar de depender de dinheiro de fora”, destaca.