Ao conceder entrevista ao programa Na Hora do Almoço, do radialista Sandes Júnior, na TV Serra Dourada, nesta segunda-feira (23) o governador Marconi Perillo afirmou que o dinheiro proveniente da privatização da Celg será utilizado para conclusão de obras e melhoria de setores fundamentais para a vida dos cidadãos, como saneamento básico, estradas, duplicações, hospitais, escolas, e o sistema prisional. Com relação ao sistema prisional, destacou que o governo estadual quer construir mais um presídio além dos quatro que estão em construção. Será em Planaltina de Goiás, com mais 388 vagas.
Ele também detalhou as obras rodoviárias em construção e falou da relação republicana com os prefeitos. Marconi já recebeu 157 prefeitos dos 246 eleitos e reeleitos, em audiências individuais. Conforme destacou, até a primeira quinzena de fevereiro deverá ter recebido os gestores de todas as cidades goianas.
Parcerias com Iris e demais prefeitos
Até o final desse mês eu completo 190 prefeitos eleitos, e até os 10 primeiros dias de fevereiro vou receber todos os outros, de todos os partidos. Isso é muito importante. É uma demonstração de respeito, de republicanismo, e de interesse, tanto da minha parte quanto da dos prefeitos de trabalharmos juntos pelas pessoas que precisam dessas administrações municipais. (Iris) é o prefeito da capital, da cidade mais importante de Goiás. Precisa demais das parcerias do governo estadual e do governo federal. Os problemas são muitos, e as necessidades das pessoas por melhorias também, e nós estamos interessadíssimos em colaborar. O prefeito nos pediu ajuda em relação aos recursos humanos, e também na área de tecnologia. Nós cedemos também pessoas do governo para ajudá-lo. Segundo ele, essas duas autorizações que demos nessa conversa representam uma economia de R$ 10 milhões para a Prefeitura de Goiânia. E nós estamos abertos para estabelecermos parcerias em todas as outras áreas: Segurança Pública, Saneamento, Habitação, Saúde, Infraestrutura. E com o decorrer do tempo nós vamos estabelecer as melhores economias possíveis. Eu sempre tive respeito por ele. Sempre entendi que nas disputas os nossos pontos de vista, as nossas ideias; confrontamos as nossas ideias, os nossos projetos. Mas passadas as disputas temos que pensar na coletividade. É por isso que estou recebendo os prefeitos de todos os partidos, estabelecendo metas e prioridades, porque as pessoas não vivem na União nem no Estado, elas vivem nas cidades. Por isso que eu sempre dei tanto valor às parcerias com os prefeitos e com as cidades.
Investimentos com recursos da Celg
É muito importante que todos saibam que a Celg é administrada pelo governo federal desde janeiro de 2012. Há cinco anos a Celg é administrada pela Eletrobrás. O governo federal tinha 51% das ações e o governo estadual 49%. Essas ações foram vendidas para uma empresa gigante de energia no mundo, a Enel, e nessa privatização essa empresa assinou o compromisso de investir R$ 3 bilhões nos próximos três anos. Isso vai ser muito importante porque vão investir esse dinheiro na construção de novas subestações, mais linhas de distribuição, melhorando a eficiência energética dos consumidores, que querem que seus aparelhos eletrônicos, eletrodomésticos funcionem. Quando se tem interrupções de energia isso pode queimar aparelhos. O que acertamos com eles é que vai haver uma melhora significativa do ponto de vista de investimentos. Então vai ser muito para melhorar o atendimento à população goiana que precisa de energia de qualidade. Mas existem muitas empresas também que necessitam de energia para fornecerem empregos. Quantos proprietários rurais querem ampliar suas lavouras, ampliar suas irrigações, e dependem de energia. Quantas indústrias precisam se instalar em regiões estratégicas que precisam de mais investimentos? Com essa privatização vem dinheiro de fora, não é dinheiro público; e esse dinheiro vai ser muito importante. Quanto aos valores da privatização em si, estamos fazendo um rigoroso planejamento para investirmos esse dinheiro em conclusão de obras importantes: saneamento básico, estradas, duplicações, hospitais, escolas, sistema prisional. Ele será rigorosamente investido em ações que são fundamentais para a vida das pessoas.
Rodovias e viadutos
Fizemos viadutos em várias saídas de Goiânia. Fizemos dois aqui na rodovia duplicada para Senador Canedo. Fizemos viaduto na saída para Aragoiânia, na GO-040; fizemos viaduto na saída para Trindade, na de Goianira. Vamos inaugurar o da GO-080, e esse viaduto faz parte de um projeto de duplicação de Goiânia até a Belém-Brasília. Nos governos anteriores nossos, fizemos a duplicação até Nerópolis, depois fizemos a iluminação de Goiânia até Nerópolis, e agora estamos concluindo com essa duplicação e viaduto até o campus da universidade, e vamos neste ano terminar a duplicação de Nerópolis à Belém-Brasília; beneficiando toda a região do Vale do São Patrício e do Norte do Estado. Essa é uma rodovia muito perigosa, que já matou muitas pessoas em acidente, e com essa duplicação nós vamos preservar vidas, dar mais conforto e qualidade para os que usam essa rodovia. Para todas as pessoas que precisam dela para se deslocarem para as cidades mais ao Norte do Estado. É uma obra muito importante. Mas nós não vamos terminar só essa. Nós vamos concluir a duplicação de Goiânia até a cidade de Goiás. Falta só o trecho de 14 quilômetros de Mossâmedes até a cidade, e das entradas de Itaberaí. Nós vamos agora, no dia 7 de março, inaugurar duplicação, ciclovia e iluminação de Goiânia até Bela Vista, e também pretendemos terminar a duplicação de Morrinhos a Caldas Novas, que vai ligar os principais destinos turísticos do País às águas quentes. Vamos colocar em funcionamento no segundo semestre o Sistema Produtor Mauro Borges, que vai garantir água para a população de Goiânia até pelo menos o ano 2050. Água de qualidade, uma obra extraordinária que custou R$ 1 bilhão, e vai abastecer Aparecida, Goiânia, garantir o abastecimento para outras cidades. São investimentos muito importantes que nós começamos lá atrás, no ano 2000, e graças a essa visão e a esse planejamento, nós não tivemos e não vamos ter problemas por falta de água nas regiões mais densamente povoadas de Goiás.
Presídios
Nós temos problemas no Brasil inteiro. O fato é que ao longo dos últimos 15 anos o governo federal não utilizou adequadamente os recursos do Fundo Penitenciário Nacional. O FUNPEN, que é esse Fundo Penitenciário, sempre teve muito dinheiro, mas o dinheiro era desviado da sua finalidade, que era construir e melhorar presídios de segurança máxima; e era desviado para formar superávit primário, para garantir o equilíbrio das contas do governo federal. Isso aconteceu nesses últimos anos todos. Ou seja, se esse dinheiro tivesse sido aplicado na construção de mais cadeias e presídios, com certeza nós não estaríamos vivendo essa tensão existente hoje no Brasil. Felizmente, a ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal, teve uma reunião com os governadores e disse que exigiria o descontingenciamento desse dinheiro para que ele fosse destinado aos presídios. O presidente Michel Temer também já concluiu que tem que ser feito assim, e nós já estamos com quatro presídios em construção, com capacidade de 300 vagas cada um. Um já pronto em Anápolis, que já estamos equipando para colocar em funcionamento, e mais três no Entorno de Brasília. Hoje mesmo tomamos a decisão de construir mais outro presídio no Entorno de Brasília com capacidade para 388 vagas em Planaltina. Aí nós teremos o presídio em Novo Gama, em Águas Lindas, Formosa, e Planaltina de Goiás. Isso vai representar mais 1.588 vagas. Os quatro primeiros já estão em construção, um já está pronto, e também estou conversando com o vice-governador, que é o secretário de Segurança Pública, para construirmos outro sistema prisional em Aparecida de Goiânia em outra área. Um presídio totalmente novo e moderno, com máxima segurança também.
Nós estamos conversando sobre a necessidade de outros presídios, em outras áreas daqui de Goiás. Há uma necessidade de que os presídios não sejam tão grandes, mas sejam menores, justamente para evitar esse tipo de rebelião que causa tanto transtorno e ceifa tantas vidas.
Eleições 2018
Tive uma conversa longa com o governador de São Paulo, que é meu amigo. Somos governadores juntos nesses quatro mandatos. Ele era vice do Mário Covas, e quando o Covas morreu e ele assumiu, eu já era governador aqui. Em todos os períodos que o Alckmin foi governador eu também fui, e temos uma amizade muito sólida. Na sexta-feira passada nós tivemos uma conversa de duas horas sobre muitos assuntos. Nós conversamos sobre o Sistema Prisional Brasileiro, as leis de Execução Penal. Conversamos sobre emprego. O governador de São Paulo e eu estamos muito preocupados com a questão dos empregos, das pessoas que estão ficando adultas e não estão encontrando oportunidade de trabalhar. Ele acha que nós vamos demorar a sair dessa crise efetivamente, mesmo que o Brasil cresça 0,5 ou 1% neste ano, isso não vai ter impacto nos empregos, e a grande preocupação que temos que ter é com emprego. E é por isso também que discutimos a necessidade da redução da taxa de juros. Tive uma conversa com o presidente Temer e o ministro Meirelles, e ele vai ser muito contundente e investir na queda dos juros. Se os juros continuam altos as empresas não ampliam os seus espaços, suas oportunidades de trabalho. As empresas não crescem, e hoje, em minha opinião, é fundamental que o governo mantenha a trajetória de diminuição das taxas de juros para que as empresas tenham condições de fazer mais investimentos e garantir mais empregos. Conversamos sobre esses assuntos, e sobre a crise econômica nacional. Não tratamos especificamente dessa questão de formação de chapa, o objetivo era outro. Mas é claro que estaremos juntos em 2018. Eu estarei junto com o projeto do PSDB. Nós temos todas as condições para apresentar um bom projeto que possa ser vitorioso para o Brasil. O governador Geraldo Alckmin é muito experiente. Nós temos no PSDB vários quadros de pessoas muito experientes e sérias. Enfim, tratamos disso.
Sobre penitenciárias
O que nós temos hoje é uma superlotação dos presídios brasileiros, exatamente porque a responsabilidade tem sido, nas últimas duas décadas, única e exclusivamente dos governos estaduais. A Constituição não determina que o governo federal ponha dinheiro na área da segurança pública. Isso tem um peso muito grande nos ombros dos governos estaduais. Aqui em Goiás, mais de 13% são investidos anualmente em segurança pública. Significa 3 bilhões de reais aproximadamente. Nós estamos defendendo há muito tempo que o governo federal utilize o dinheiro para construir os presídios, modifique a lei de execução penal. As pessoas que cometem crimes bárbaros ficam muito pouco tempo presas e tome medidas com relação às fronteiras. As drogas e armas contrabandeadas estão entrando no Brasil muito facilmente E as drogas são responsáveis por 80% dos homicídios e da criminalidade do nosso país. Então, falta uma coordenação. Eu defendo a criação de um Ministério da Segurança Pública Nacional. Eu defendo que haja uma federalização desses presídios e que o dinheiro seja utilizado para isso. E que haja um compartilhamento das despesas com segurança pública, para que a gente possa ter mais eficiência. Aqui nós pagamos bem os policiais, pagamos em dia, fizemos muitos investimentos. Você me pergunta o que está sendo feito com relação à execução penal. Nós estamos construindo neste momento quatro presídios novos, com capacidade para 300 presos cada, ou seja, 1.200 vagas. Hoje mesmo eu já determinei o início da construção de mais um presídio, com capacidade para 388 vagas. Nós estamos também já preparando tudo para a construção de um novo presídio aqui em Aparecida de Goiânia. Enfim, medidas estão sendo tomadas e outras serão tomadas por conta das decisões que estão sendo tomadas no âmbito do Ministério da Justiça.
Investimentos em Rodovias
Nós temos um programa de manutenção permanente das estradas. Ano passado nós disponibilizamos cerca de 250 milhões de reais. Para este ano, estamos prevendo 300 milhões de reais. Eu vou cobrar, cada vez mais, das áreas responsáveis que esses recursos sejam investidos e que todas as estradas estejam em bom estado. Nós também estamos disponibilizando este ano algo em torno de 400 milhões de reais para a reconstrução de mais um lote de pelo menos mil quilômetros de rodovias velhas e que precisam não só de operações de manutenção corriqueira, mas de reconstrução.
Sobre comissionados
Nós já voltamos cerca de 2 mil funcionários comissionados, cortamos na reforma agora do projeto de austeridade 2400 cargos comissionados. Estes não vão ser reconduzidos. Mas ainda vão ficar aí cerca de 5 mil cargos comissionados que vão continuar trabalhando em áreas estratégicas, como Saúde, Segurança, Educação e outras áreas importantes. Nós eliminamos, desde 2011, 6.400 cargos comissionados. Estamos enxugando os cargos comissionados e dando ênfase à contratação através do regime estatutário e também do celetista. Todas as pessoas que são contratadas nos hospitais, por OSs, são contratadas por CLT. E os outros, que fazem concurso, são contratados pelo regime estatutário. A ênfase é esta.