A Marcha das Mulheres do dia 8 de março de 2017 tem como uma das bandeiras a oposição à reforma da Previdência proposta pelo governo Michel Temer. Há atos marcados em pelo menos 12 capitais.
Em São Paulo, o início da marcha está marcada para as 15h na Praça da Sé. “Nossas bandeiras neste ano são a luta contra reforma da previdência, pela legalização do aborto, e contra a violência machista e feminicídio”, diz Maria Fernanda Marcelino, 40, militante da Marcha Mundial das Mulheres.
“Todo 8 de março é um momento fundamental para articulação do movimento feminista. No Brasil, estamos em consonância com articulações internacionais, como Ni Una Menos” [nenhuma a menos, em português]”, completa ela, fazendo referência ao movimento surgido na Argentina após o estupro e morte de uma jovem.
A Marcha Mundial das Mulheres é um movimento feminista internacional, com representações em vários países. O dia 8 de março, Dia Internacional das Mulheres, é sempre marcado por passeatas ao redor do mundo.
Os dois principais sindicatos dos professores da rede estadual (Apeoesp) e municipal (Sinpeem) convocaram assembleias e paralisações também para esta quarta-feira. As entidades vão se reunir na avenida Paulista e marchar em direção à praça da Sé.
Elas também protestam contra a reforma da previdência, além de levantar pautas das categoria e do setor. A crítica à reforma do ensino médio, aprovada neste ano, também está na pauta.
A Apeoesp pretende organizar os professores para uma greve para reivindicar reajuste salarial. Desde 2014 o governo Geraldo Alckmin (PSDB) não concede reajuste aos educadores. Os professores da rede estadual se reúnem às 14h30 no vão livre do Masp.
O Sinpeem, que representa professores da rede municipal de São Paulo, faz sua assembleia na Praça Oswaldo Cruz, também, na Avenida Paulista, às 14h. Além de se posicionarem contra a reforma da previdência e trabalhista, o ato também reforça a pauta da categoria, que exige do prefeito João Doria (PSDB) o cumprimento de reajuste já aprovados em lei e melhorias nas condições de trabalho, como a diminuição no número de alunos por sala.
Além de São Paulo, há marchas agendadas no Rio Grande do Sul, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Mato Grosso, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Alagoas, Ceará, Tocantins e Amazonas.
Depois do estrondoso sucesso da Marcha das Mulheres, que tomou as ruas das principais cidades dos EUA em 21 de janeiro, logo após a posse do presidente Donald Trump, as organizadoras do movimento convocam para esta quarta-feira uma manifestação chamada Um Dia Sem Mulher.
A ideia é que as mulheres façam um dia de greve, deixando de comparecer ao trabalho ou de cumprir tarefas não remuneradas destacar. O objetivo é destacar “o significado que as mulheres têm nas economias dos EUA e de outros países” e chamar a atenção para as desigualdades que persistem no mercado de trabalho formal ou não.
“Nós desempenhamos um papel indispensável nas funções diárias da vida em toda a sociedade, através do trabalho pago e não remunerado, visto e invisível”, diz a convocação para a greve, no site da Women’s March (womesmarch.com).
A proposta, ambiciosa e controvertida, tem recebido críticas de outros grupos e mesmo de mulheres que se engajaram na marcha de janeiro. Angie Beem, por exemplo, uma ativista que participou da organização das manifestações anti-Trump, , declarou ao “Seattle Times” que a greve é “idiota”, já que não se pode pedir a mulheres trabalhadoras que abram mão do rendimento de uma jornada e assumam o risco de represálias ou mesmo de demissão -como aconteceu com muitos após a manifestação do Dia Sem Imigrantes, em 16 de fevereiro.
Beem alfinetou as organizadoras do movimento afirmando que a paralisação seria boa apenas para “brancas privilegiadas” que ocupam postos executivos em empresas e podem deixar de comparecer um dia.
O comitê organizador reconheceu os obstáculos e passou a colocar menos ênfase na greve. A sugestão oficial é que as manifestantes adotem ao menos uma das três linhas do protesto: tirar um dia de folga do trabalho (remunerado e não remunerado), evitar fazer compras e usar vermelho -cor sugerida por ser tradicionalmente ligada a movimentos sociais e supostamente representar “o amor revolucionário e o sacrifício”. (Folhapress)