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Categorias: Brasil
| Em 8 anos atrás

Marcelo Odebrecht diz ao TSE que Aécio pediu R$ 15 mi para campanha

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O ex-presidente e herdeiro da Odebrecht Marcelo Odebrecht disse à Justiça Eleitoral que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) pediu R$ 15 milhões para sua campanha à presidência em 2014.

Conforme relatos obtidos pela reportagem, o dinheiro, segundo depoimento do empreiteiro ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) realizado na quarta (1º), foi repassado ao pleito do tucano por meio de doação oficial.

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Na oitiva, Marcelo disse que inicialmente respondeu a Aécio que não poderia atendê-lo.

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Foi então que o na época candidato à presidência perguntou se o valor poderia ser repassado a seus aliados.

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O empresário disse ainda que a distribuição do dinheiro foi organizada entre Sergio Neves, funcionário da Odebrecht em Minas Gerais e hoje delator do grupo baiano, e Oswaldo Borges, apontado como tesoureiro informal da campanha tucana.

Na ocasião, Aécio passava por um momento delicado. A ex-senadora Marina Silva (então no PSB, hoje na Rede) disparara nas pesquisas e ele caiu para o terceiro lugar nas intenções de voto.

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Marcelo relatou ainda que tratou pessoalmente com o tucano de pedidos de aporte para sua campanha.

Segundo a reportagem apurou, o empreiteiro disse que Aécio fez ao menos mais duas solicitações de dinheiro a ele: uma na pré-campanha e uma no início do primeiro turno.

O valor de R$ 15 milhões coincide a troca de mensagens entre Marcelo e Benedito Junior, o BJ, ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura e agora delator, apreendidos pela Polícia Federal.

Nelas, o ex-presidente diz ao subordinado: “Combinei com Sergio Neves que sentaria com OSW (Oswaldo) para ver forma (dentro das limitações que temos) de 15”.

BJ é amigo de Aécio Neves foi um dos depoentes desta quinta-feira (2) na ação que corre no TSE e investiga a chapa Dilma Rousseff e Michel Temer na eleição de 2014.

A versão de Marcelo também coincide com as planilhas do setor de operações estruturadas da Odebrecht, a área responsável pelos pagamentos ilícitos da empresa. Segundo o documento, o codinome “Mineirinho” é apontado como destinatário de R$ 15 milhões entre outubro e dezembro de 2014.

A quantia foi solicitada em setembro daquele ano pelo executivo Sergio Neves.

OUTRO LADO

Por meio de nota, a assessoria do PSDB informou “que as doações feitas pela Odebrecht à campanha eleitoral encontram-se declaradas à Justiça Eleitoral”.

Disse ainda que, sobre o depoimento de Marcelo Odebrecht, “esclarece que em nenhum momento o empresário disse ter feito qualquer contribuição de caixa dois à campanha eleitoral do partido em 2014, o que ficará demonstrado após o fim do sigilo imposto às declarações”.

Afirma ainda que Oswaldo Borges nunca foi tesoureiro informal de nenhuma campanha do PSDB, tendo atuado sempre de forma oficial.

Sobre a planilha com o codinome “mineirinho”, o partido relata que desconhece o documento, mas diz que a última coluna da mesma demonstra que, “ao contrário do afirmado na matéria, quaisquer que fossem os pagamentos eventualmente ali planejados não foram realizados pois ficaram pendentes”. (Folhapress) 

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Altair Tavares

Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: altairtavares@diariodegoias.com.br .