O mapa de calor que media o risco da pandemia e auxiliava os gestores municipais a direcionar suas ações foi desativado nesta sexta-feira (04/02). A decisão foi da própria Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) que entendeu que a ferramenta “não é a melhor medida para traduzir a realidade epidemiológica no território goiano”, de acordo com nota encaminhada à imprensa. Agora, a pasta mira outras estratégias como controle da circulação de pessoas, como já adiantado pelo Diário de Goiás.
A medida ainda trazia como justificativas “o avanço da vacinação e o perfil da variante do vírus que está em circulação”. A pasta considera que a ferramenta teve sua importância no passado haja vista que não haviam “medidas efetivas de controle da doença” como a imunização. “Já é claro que a imunização é a melhor estratégia para redução de internações, casos graves e óbitos pela Covid-19 e que medidas não farmacológicas devem ser aplicadas e dosadas de acordo com o cenário”, pontua o texto.
Em entrevista concedida ao Diário de Goiás no final de janeiro, o secretário de Saúde do Estado de Goiás, Ismael Alexandrino já havia adiantado que a estratégia de enfrentamento à covid-19 iria mudar com o controle de contaminados e dos vacinados. Agora, a pasta irá elaborar uma nota técnica com o direcionamento pra que os municípios possam fazê-lo.
“Além disso, a variante que está predominantemente em circulação no momento atual apresenta características diferentes das demais, como a alta transmissibilidade, o que gera um número explosivo de novos casos em um curto período de tempo, exigindo controle dos contaminados e rastreamento de seus contatos para quebra da cadeia de transmissão”, ponderou no texto encaminhado pela SES-GO. “No momento, a SES-GO acredita que o controle rigoroso para acesso a locais fechados, com apresentação de comprovante de vacinação, teste com resultado negativo, uso de máscara e higienização das mãos são as medidas mais efetivas para o enfrentamento à pandemia”.
A pasta destaca ainda que as estratégias podem ser alteradas com novas notas-técnicas sendo produzido a partir de novas realidades.
Sem conspiração
Ismael Alexandrino pontuou em entrevista ao Diário de Goiás no dia 27 de janeiro que a nova medida não tratava-se de conspiração sobre controle social da vida de pessoas. Longe disso. É mais uma ferramenta para agregar no combate à pandemia. “Do ponto de vista sanitário, ter ferramentas que se tiver um surto em determinado local, consigamos agir localmente. Eu não preciso fechar um comércio inteiro, se eu não tenho nenhum tipo de surto. Não faz sentido fechar todas as escolas, se não tem surto em nenhuma sala de aula. Os estudos têm evidenciado e deve sair uma síntese de evidência até no início da próxima semana, que os ambientes das escolas são até mais seguros que outros ambientes que a gente tem convivido”, justificou.
Para ele, as restrições não trazem mais resultados como no começo da pandemia. As realidades são diferentes. “Do ponto de vista prático, limitar em número hoje, não tem tanto efeito assim. A ômicron pelos estudos, a gente observa, que uma pessoa contamina cinco. É preferível que num exemplo número, as 100 pessoas num evento estejam vacinadas e com teste negativo do que ter 50 pessoas sem exigência e uma contaminada que é capaz de transmitir para outras 5, 10 e assim multiplica exponencialmente. Isso do ponto de vista sanitário”, ponderou.
Agora, no entanto, é necessário mirar o controle de grandes eventos. Por exemplo, o carnaval de rua está proibido para este ano, mas eventos privados relacionados à festa, podem acontecer. Desde que haja controle das pessoas ali dentro. “Agora se existe a possibilidade, de um determinado clube, ter uma cobrança séria de controle de acesso exigindo a vacina e que as pessoas lá dentro estejam negativadas, fica muito mais fácil como controlar. No caso de cidades como Caldas Novas que além dos clubes, tem outros hotéis e resorts, que as vezes o controle seja mais dificil, o ingresso nesses hotéis e a estadia sejam exigidas medidas de controle”, pontua.