O leilão da Celg Distribuição (Celg D), marcado para a próxima sexta-feira (19), está mantido mesmo após a desistência de duas empresas. Na última quarta-feira (10) a empresa chinesa anunciou a desistência para a imprensa, ontem (11), foi a vez da Equatorial Energia.
Segundo reportagem do jornal O Popular, as empresas usam as condições do negócio como motivo para a desistência, já que o preço mínimo (R$ 2,8 milhões) e as dívidas exigem desembolso de R$ 5,2 bilhões, foram os investimentos futuros para cumprir as regras mais rígidas do novo contrato de concessão.
Conforme informações do jornal O Globo, em encontro na manhã desta quinta-feira (11), o presidente em exercício, Michel Temer, pediu ao embaixador chinês Lee Jinzhang, que reconsiderassem a decisão. No entanto, a empresa Equatorial, que controla as distribuidoras Celpa e Cemar, não descarta participar novamente do certame caso as condições sejam revistas. Já a holding Neoenergia, que também era cotada como uma das interessadas, não tem expectativa de participação.
Segundo o vice-presidente da CelgPar, Elie Chidiac, ainda não houve nenhum comunicado oficial por parte das empresas. Ao Diário de Goiás, ele informou que ficou sabendo da desistência pela imprensa.
De acordo com Chidiac, a Celg D espera algum posicionamento do administrador do processo de privatização, que é o Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES). Segundo ele, caso haja alguma mudança significativa, o banco deve avisar os acionistas sobre as modificações.
O governador de Goiás, Marconi Perillo comentou o assunto. Ele ressaltou que o tema tem sido debatido constantemente entre representantes dos governos: estadual e federal. Marconi não descartou a hipótese de que as empresas estejam atuando para tentar baixar os preços da companhia.
“A secretária Ana Carla tem juntamente com Fernando Navarrete, presidente da Celg e o presidente da Celg D, tratado permanentemente neste assunto com o ministro de Minas e Energia, com o presidente da Eletrobrás e até com o presidente Temer, com quem a secretária Ana Carla esteve nesta semana. Há um envolvimento total de todo mundo de no sentido de que o leilão possa se efetivar, até porque será a primeira sinalização de privatização do governo Temer. Vamos avaliar nos próximos dias o comportamento das empresas, é natural que as empresas queiram jogar os preços para baixo, mas nós estamos atentos e muito unidos, governo federal e governo estadual. Dia 16 é o dia em que as interessadas poderão entregar os envelopes ou não. Trabalhamos com a possibilidade de que apareçam compradores e participem do leilão, esse é o plano A”, destacou.