Centenas de pessoas têm acreditado que uma ação beneficente feita pelo Exército na Praça da Sé, em São Paulo, é o indício de que haverá uma intervenção militar no Brasil. depois de cantar hino nacional para pneus, acharem que o caminhão com provas do Enem era reforço militar ou que o Alexandre de Moraes havia sido preso, agora os grupos bolsonaristas e manifestantes antidemocráticos estão compartilhando vídeos dos soldados de forma equivocada em SP.
De acordo com a coluna de Leonardo Sakamoto, no UOL, as barracas são parte de um mutirão de instituições públicas e da sociedade civil que vai atender a população em situação de rua, nesta semana, na capital paulista. O pior de tudo é que, mesmo sabendo disso, Paulo Ricardo F, responsável por gravar três vídeos no local, se recusa a acreditar e põe em dúvida a ação feita.
Em um dos vídeos ele diz: “Vinte de novembro de 2022. A gente estava na porta do quartel, do Comando Militar do Sudeste, ficamos sabendo disso aqui e eu vim dar uma olhada. E é verdade. Eles montando uma base, as cabanas… Alguma coisa está acontecendo!”, afirma ele. Vídeo já tem quase 200 mil visualizações e milhares de comentários. Assista:
Em outro vídeo mais recente, gravado na noite deste domingo (20), Paulo Ricardo chega a dizer que é algo grande para atender moradores e que nem na pandemia ele havia visto algo do tipo. “Estrutura muito grande para ser algo para cadastrar alguma coisa sendo que tem o Poupa Tempo. A gente também quer acreditar que é o que a gente deseja, né? Que o exército faça alguma coisa”, afirmou. Algumas pessoas chegaram a montar acampamento no local e, outros, rezam em torno da estrutura. Veja:
Ainda de acordo com Sakamoto, o Exército é uma das 40 entidades que estão envolvidas na 2ª edição do “Mutirão de Atendimento às Pessoas em Situação de Rua – Pop Rua Jud Sampa”, que acontecerá nos dias 21, 22 e 23 de novembro. Serão mais de 30 serviços oferecidos, dentre eles, emitir documentos, regularizar cadastros de programas sociais e realizar atendimentos jurídico, de saúde e de assistência social. Ou seja, mais uma vergonha para a lista de desinformação de manifestantes que apenas desejam acreditar no que querem.
Vale lembrar que o evento é coordenado pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região, o mutirão conta com instituições como a Prefeitura de São Paulo, o governo paulista, a Justiça do Trabalho, o INSS, as Defensorias Públicas do Estado e da União, o Ministério Público Federal e o Ministério Público do Estado, a OAB, a Polícia Federal, a Cruz Vermelha, a Arquidiocese de São Paulo, entre outros do Estado e da sociedade civil.
O próprio secretário municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Carlos Bezerra, afirmou: “Não é a primeira vez que temos uma ação exatamente como essa na cidade, aliás já é a segunda vez neste ano que diversas frentes se unem pelo mutirão de atendimento à população em situação de rua”.
Por fim, o Comando Militar do Sudeste postou um aviso em sua conta no Twitter, de que está realizando o evento, como forma de mostrar a verdade e fazer com celebrações indevidas de quem acampa em seu entorno atrapalhem o trabalho do exército e a ajuda aos cidadãos em situação de rua que buscam oportunidades.