Já são mais de 50 as renúncias de membros do governo do Reino Unido, após mais uma polêmica do primeiro-ministro Boris Johnson desde terça-feira (5), ou seja, em 48 horas. Isso acontece após nomear um político para um papel envolvido no bem-estar e disciplina do partido, mesmo sabendo que ele era alvo de queixas sobre má conduta sexual.
No alto escalão, dos 22 que compõem o gabinete do premiê, o núcleo duro do governo, dois já saíram e se manifestaram afirmando que Johnson não estava apto para governar. Um dos mais recentes a se demitir, Brandon Lewis, o Secretário da Irlanda do Norte, afirmou: “Não posso sacrificar a minha integridade pessoal para defender as coisas tal como elas estão agora”, disse Lewis. “É evidente que o nosso partido, os colegas parlamentares, os voluntários e todo o país, merecem melhor”.
Ainda na noite desta quarta-feira (6), uma delegação de ministros superiores e um representante dos legisladores conservadores, que não fazem parte do governo, chegaram a ir a Downing Street, a repartição pública em Londres, para falar com Boris Johnson e pedir para que ele se demitisse também, mas ele se recusou.
Vale lembrar que há cerca de um mês, Johnson saiu vitorioso de um votação de confiança de parlamentares conservadores e que, agora, ele não pode passar por outra por um ano. apesar disso, legisladores estão tentando mudar essas regras, enquanto ele também está sob investigação de um comitê parlamentar sobre outra polêmica: se ele mentiu ao parlamento sobre as violações do lockdown de Covid-19, ao participar de uma festa.
Hoje, inclusive, a situação é totalmente contrária do que há dois anos e meio, quando Johnson conquistou uma enorme maioria parlamentar com a promessa sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, que vivia anos de disputas. Depois disso, porém, tem sido amplamente criticado. Se Boris sair, o processo para substituí-lo pode levar alguns meses.