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Política
| Em 5 anos atrás

Maioria no eleitorado de Goiás, mulheres celebram 88 anos de direito ao voto

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No dia 24 de fevereiro de 1932, o então presidente Getúlio Vargas assinou a lei que garantia às mulheres brasileiras do direito de votar. Inicialmente, o sufrágio foi concedido apenas a mulheres casadas, com autorização dos maridos, e viúvas com renda própria. As limitações foram extintas apenas em 1934, quando a Constituição Federal adicionou o voto feminino em seus regimentos.

O acesso às urnas pelas mulheres no Brasil se deu contemporaneamente a outras nações, como França (1944) e Portugal (1931). A luta, no entanto, começou décadas antes. A primeira proposta de emenda constitucional sufragista foi apresentada em 1891, mas rejeitada pelo Congresso pelo temor de “comprometer a integridade da família brasileira”. À época, os parlamentares também alegaram inferioridade do sexo feminino para rechaçar o projeto.

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A luta das mulheres no Reino Unido e nos Estados Unidos inspirou o mundo e também as brasileiras, que intensificaram o movimento sufragista. Depois de décadas, o direito finalmente foi reconhecido. Porém, antes mesmo da oficialização nacional, uma mulher já tinha acesso às urnas. A primeira eleitora do país e da América Latina foi a professora Celina Guimarães, de Mossoró (RN), ainda em 1927.

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Dois anos depois, os potiguares elegeram a primeira mulher prefeita. Alzira Soriano venceu o pleito de 1929, em Lajes, com 60% dos votos. Ela, porém, foi destituída do cargo após discordar das políticas de Vargas após a Revolução de 1930.

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A patrona de Soriano foi a reconhecida advogada feminista Bertha Lutz, que representou o movimento na Comissão Elaboradora do Anteprojeto da Constituição de 1934. Lutz foi candidata à Assembleia Nacional Constituinte, foi eleita para a primeira suplência e, após morte do titular, e assumiu o mandato de deputada federal em julho de 1936.

Maioria em Goiás e no Brasil

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Em Goiás, as mulheres são maioria no eleitorado. Segundo levantamento publicado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em agosto de 2018, dos 4,4 milhões de eleitores goianos, 2,334 milhões, ou 52,4%, são mulheres.

Elas também são maioria no Brasil, representando quase 53% do eleitorado. O dia 24 de fevereiro é, inclusive, a data comemorativa da Conquista do Voto Feminino, após lei promulgada em 2015.

Desafios

Apesar de serem maioria entre os eleitores, as mulheres representam apenas 15% dos parlamentares eleitos em 2018. Na Finlândia, por exemplo, o governo eleito em 2019 é de maioria feminina, com uma coalizão de cinco partidos, com cinco líderes mulheres, sob o comando da premiê Sanna Marin, a mais jovem do mundo, com 34 anos de idade.

A legislação eleitoral brasileira tem tentado modificar esta realidade no país. Pelo menos 30% dos candidatos de cada partido devem ser mulheres. Algumas siglas, no entanto, tentam burlar as regras registrando candidaturas fictícias. O TSE tem adotado rigor nesse tipo de julgamento. Além disso, na distribuição do bolo dos recursos eleitorais, elas, por vezes, acabam desprivilegiadas.

Em dezembro do ano passado, a Corte Eleitoral lançou o site #ParticipaMulher, para estimular candidaturas femininas e honrar grandes nomes da política que contribuíram na luta pela igualdade de gênero.

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Rafael Tomazeti

Jornalista

Tags: MulheresVoto