A AB Inbev (Anheuser-Busch InBev), a maior cervejaria do mundo, continua convencida do potencial do mercado consumidor brasileiro, apesar do declínio das vendas de cerveja nos últimos dois anos e de um ano particularmente difícil em 2016.
A empresa com sede na Bélgica tem sofrido com anos sucessivos de queda nos volumes de cerveja no Brasil, com o preço por litro também caindo em 2016, quando a renda disponível retraiu e a taxa de desemprego atingiu seu nível mais alto desde 1995.
Os volumes da empresa em seu segundo maior mercado aumentaram pela última vez em 2014, quando o Brasil foi sede da Copa do Mundo de futebol.
“Quando olhamos para o Brasil numa visão de longo prazo, esses dois anos ruins não mudam nossa visão em termos dos fundamentos e dos pilares que o Brasil continuará a ser um mercado incrível para as empresas de bens de consumo e cerveja”, disse o presidente-executivo, Carlos Brito, em entrevista após uma reunião dos acionistas da empresa nesta quarta-feira (26).
A AB InBev, que pagou cerca de US$ 100 bilhões para assumir o seu rival mais próximo SABMiller no ano passado, teve em 2016 seu primeiro declínio no lucro desde a sua formação há mais de uma década, afetada pela recessão no Brasil, que reduziu as vendas de cerveja mais do que o esperado.
Brito disse que fatores positivos incluíam o crescimento populacional e um grupo demográfico jovem, o fato de que algumas regiões ainda tinham espaço para se recuperar, a disposição dos consumidores para comprar marcas premium mais caras e a maior atratividade do Brasil para os investidores estrangeiros.
O chefe da AB InBev disse que os dois anos de baixa não quebraram a tendência geral de alta do Brasil.
“É como muitos mercados, não uma linha reta. Às vezes você tem um ou dois anos ruins e esses fundamentos ajudam novamente … Nós não entramos em pânico com um ou dois anos ruins porque temos sempre o nosso olho no longo prazo.”
A fabricante da Budweiser, Stella Artois e Corona divulgará seus resultados no primeiro trimestre em 4 de maio. (Folhapress)