Com mais de 16 mil associados em seu quadro, a Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp) manifestou, nesta terça-feira (19/07) seu apoio as urnas eletrônicas e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Trata-se da maior entidade representativa do MP brasileiro.
A manifestação pública assinada pelo presidente da entidade, Manoel Murrieta ocorre um dia após novos ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao sistema eleitoral brasileiro e às urnas eletrônicas.
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“O sistema de voto eletrônico, implementado há 26 anos, – com constante fiscalização do Ministério Público Eleitoral – jamais teve contra si qualquer comprovação ou sequer indício que sustente dúvida quanto a sua eficiência e lisura. Pelo contrário, o modelo eletrônico brasileiro é, hoje, uma referência internacional”, destacou em um trecho do posicionamento.
A entidade ressalta que o MP está preparado para garantir que o pleito que se aproxima ocorra com segurança. “Os Membros do Ministério Público estão prontos para atuar em defesa da Constituição e do Estado de Direito, sobretudo para assegurar a realização do pleito deste ano”, completou.
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Numa reunião que ocorreu ontem (18), no Palácio da Alvorada, Bolsonaro reuniu embaixadores de 50 países e repetiu sua tese nunca comprovada de que o sistema eleitoral brasileiro é passível de fraudes. Ele citou vídeos descontextualizados e informações já desmentidas pela Justiça Eleitoral sobre as urnas eletrônicas.
“Eu sou acuado o tempo todo de querer dar o golpe, mas estou questionando antes porque temos tempo ainda e resolver esse problema”, afirmou o presidente a apoiadores, apresentando um PowerPoint com suas desconfianças e ataques a ministros do STF. “Nós preservamos a nossa democracia. Até o momento uma só palavra minha houve fora do que chamo de quatro linhas da nossa Constituição, respeitamos as leis”.
A reunião motivou deputados da oposição a pedirem que o Supremo Tribunal Federal abrisse uma investigação para apurar as falas infundadas de Bolsonaro sobre as urnas eletrônicas. A solicitação de investigação é assinada pelos deputados Alencar Santana (PT-SP), Reginaldo Lopes (PT-MG), Sâmia Bomfim (PSOL-SP), Renildo Calheiros (PCdoB-PE), Joênia Wapichana (Rede-RR), Wolney Queiroz (PDT-PE), Bira do Pindaré (PSB-MA), Bacelar (PV-BA) e Afonso Florence (PT-SP).
A peça classifica a tentativa de Bolsonaro de deslegitimar o processo eleitoral de “desvarios criminosos” e “sandices”. O presidente costuma fazer críticas às urnas eletrônicas e já disse diversas vezes, sob o argumento de que não é possível auditar as votações, de que ‘deveria haver a possibilidade de imprimir um registro impresso do voto.