O presidente do PMDB e líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), disse nesta quarta-feira (12) que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tem “autonomia para pensar diferente” do presidente Michel Temer.
“Acho que o presidente Maia pode falar dentro da Presidência da Câmara e dentro daquilo que ele pensa e da forma que ele entender. O presidente Rodrigo Maia tem sua autonomia para pensar diferente de mim ou do presidente da República. Não há nenhum tipo de constrangimento quanto a isso”, afirmou Jucá após reunião da executiva do PMDB, na manhã desta quarta (12).
A declaração foi dada em resposta à manifestação de Maia de que vai engavetar a medida provisória com salvaguardas aos trabalhadores que será editada por Temer para honrar compromisso firmado por Jucá para conseguir aprovar a reforma trabalhista.
“Não vou comentar a posição do deputado Rodrigo Maia até porque a medida provisória é congressual. No momento oportuno, o presidente Michel Temer, que fez um compromisso de edição de medida provisória, vai se manifestar. Então, vamos aguardar os fatos”, afirmou o líder do Senado.
Jucá disse entender que “há urgência e relevância para fazer a medida provisória”.
“Eu defendo a medida provisória, mas respeito quem pensa de forma diferente”, disse o peemedebista.
Reservadamente, o Palácio do Planalto tem demonstrado irritação com as movimentações de Rodrigo Maia e aliados para que o presidente da Câmara assuma a Presidência da República.
Primeiro na linha sucessória, é Maia quem assume o Executivo caso Temer seja afastado com uma eventual aceitação da denúncia da Procuradoria-Geral da República, segundo a qual o presidente da República cometeu crime de corrupção passiva no exercício do cargo.
Diante dos microfones, Temer e seus aliados têm procurado botar panos quentes na confusão.
“O deputado Rodrigo Maia tem sido um aliado importante do governo, tem ajudado a aprovar matérias importantes”, afirmou Jucá.
O líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi (SP), no entanto, também defendeu a manutenção do texto sem alterações.
“O PMDB da Câmara não participou de nenhum acordo posterior à votação aqui na Câmara. Portanto, a bancada acredita e defende os pontos que foram votados na reforma trabalhista na Câmara”, afirmou Baleia.
Leia mais: