Um documento contendo reivindicações de todos os prefeitos representados pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP), para a solução da falta de médicos no Sistema Único de Saúde (SUS), foi entregue esta semana ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em Brasília, pelos representantes da FNP, Maguito Vilela, prefeito de Aparecida e vice-presidente da FNP para Assuntos das Cidades Populosas com Alta Vulnerabilidade Socioeconômica (g100), e Paulo Mac Donald Ghisi, de Foz do Iguaçu (PR) vice-presidente para Assuntos da Saúde.
O documento, que também foi encaminhado à presidenta Dilma Rousseff, na última sexta-feira, 19, relata a situação enfrentada pela saúde pública dos municípios brasileiros diariamente. “Já faz tempo que reivindicamos a abertura de mais vagas nas faculdades e até mais cursos de medicina pelo país. Mas isso não resolverá o problema da falta de médicos de forma imediata. Por isso, reivindicamos ao governo a elaboração de legislação contendo medidas para a contratação de médicos formados em outros países, atendendo prioritariamente os municípios do g100, e com urgência”, explicou Maguito Vilela, que teve a companhia do secretário de Governo e Integração Institucional de Aparecida, Euler de Morais, na reunião.
Além da contratação de mais profissionais, os prefeitos pedem o aumento do número de vagas nas residências médicas; a criação de mais vagas para os cursos de graduação em medicina; a instituição do serviço civil obrigatório para todas as profissões em saúde para os alunos egressos das universidades públicas; o fortalecimento da mesa de negociação SUS regionalizada com a participação das prefeitas e prefeitos; a revisão do currículo da formação médica; a definição da residência em saúde da família como pré-requisito para as demais residências de especialidades; e o apoio à carreira do SUS nos municípios, estados e União.
Ao entregar o documento ao ministro, a expectativa dos representantes da FNP é que o Governo tome medidas imediatas para ao menos minimizar o problema da falta de médicos. “Na semana que vem, todos os prefeitos participam do Encontro Nacional com Novos Prefeitos e Prefeitas com a presidenta Dilma Rousseff. Gostaríamos que essas soluções já pudessem ser anunciadas durante esse evento”, revelou Paulo Mac Donald Ghisi. A falta de médicos foi definida pelos prefeitos do país como o principal tema do encontro com a presidenta. Prefeitos e congressistas foram convocados pela Associação Brasileira de Municípios (ABM), Confederação Nacional de Municípios (CNM) e pela FNP para reforçar as reivindicações durante o encontro.
Hospital Municipal de Urgências em Aparecida
Durante a reunião com o ministro, o prefeito Maguito Vilela tratou ainda da construção do Hospital Municipal de Urgências em Aparecida de Goiânia. O ministro se mostrou sensível ao pedido, para agilidade para apreciação do projeto. A área prevista para o hospital fica no bairro Cidade Vera Cruz. A nova unidade terá investimento médio de R$ 60 milhões e 220 leitos que somarão aos 110 já existentes no Huapa. “Ainda assim, não teremos o número suficiente de leitos para atender toda a nossa demanda, e das outras cidades da região metropolitana que acabamos recebendo também”, pontua o prefeito.
Recentemente, a saúde do município ganhou reforço com seis novas unidades: cinco Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Outras doze, sendo dez UBSs e duas UPAs, estão em fase final de licitação e terão início de obras ainda este ano. “Aparecida passou vinte anos sem receber novas unidades. Portanto, mesmo com as seis que já construímos, estamos longe de chegar ao número ideal. Por isso insisto na construção do hospital municipal também e, para suprir todas estas novas unidades com profissionais capacitados, precisamos que o Governo Federal também atenda as reivindicações que fazemos, por meio da FNP para contratação de mais médicos e demais medidas”, arrematou Maguito Vilela.
INSUFICIÊNCIA – Segundo dados do Conselho Federal de Medicina, atualmente o Brasil tem 1,8 médicos por mil habitantes. Em outros países da América do Sul, como a Argentina e o Uruguai, essa proporção é três vezes maior. Na Rússia, esse número sobe para 4,4 médicos por mil habitantes. Para o Brasil atingir uma marca considerada razoável de médicos por mil habitantes (2,7), seria necessária a contratação de mais 168.424 profissionais.
(Com Informações SECOM/Aparecida de Goiânia