O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Sandro Mabel, fez duras críticas à proposta do governo Bolsonaro de tributar dividendos e pôr fim ao Juro sobre Capital Próprio (JCP), uma forma de empresas remuneram seus investidores pagando menos Imposto de Renda. “Vai inibir fortemente a criação de novos empregos e reduzir drasticamente novos investimentos”, prevê.
De acordo com o dirigente da Fieg, a redução nas alíquotas do IRPJ não será suficiente para compensar o aumento em outras frentes, enquanto a combinação de alterações terá como efeito uma carga tributária maior para o setor produtivo, que já é muito alta.
“Além de ser bitributação, é um absurdo que vai afugentar os investimentos no País”, disparou. Sandro Mabel disse que a repercussão da proposta foi péssima inclusive dentro da própria equipe econômica do governo por favorecer o setor financeiro em detrimento das empresas. “Vamos fazer um levante de empresários de todo o País para pressionar o Congresso Nacional e o governo contra essa medida”, salientou.
O presidente da Fieg e dos Conselhos Regionais do Sesi e Senai observa que juristas e economistas estimam que, se a proposta emplacar, a carga tributária passará dos atuais 34% para 49%. Seriam 20% sobre lucros e dividendos, 20% de IRPJ (após a redução gradual da alíquota, hoje em 25%) e 9% de Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL), que se mantém igual.
“Essa reforma é uma afronta ao investimento e vai afundar o País. As empresas vão sair do Brasil, como a Ford já fez. Não existe isso de taxar dividendos. É o fim do mundo para nós, empresários”, sublinhou.