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Categorias: Brasil
| Em 6 anos atrás

Luto e depressão: quando identificar a necessidade de ajuda

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Lidar com as perdas ao longo da vida não é uma tarefa fácil: são laços de amizade desfeitos, pessoas queridas que passam a morar em outra localidade, amigos e amores que seguem caminhos diferentes. Até mesmo um traço abandonado da personalidade, que antes era tão característico, pode ser considerado uma perda. Esta sexta-feira (2), milhares de brasileiros reservam a data para homenagear os finados e relembrar um dos processos que pode ser considerado mais difícil: aceitar a morte de um ente querido.

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“Sabemos que a morte faz parte do processo da vida, mas algo conecta a pessoa àquela relação específica e isso gera inúmeros conflitos. Nas clínicas, observamos que, se trabalharmos a perda de modo geral, as pessoas aprendem a lidar melhor com a morte. Quanto mais informação, melhor a pessoa vai se estruturar psiquicamente e emocionalmente”, destaca a psicoterapeuta Simone Lustosa Andrade, de 52 anos.

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Embora não haja um período definido, o luto varia entre seis meses e dois anos, em geral. Cabe ao profissional que realiza a psicoterapia ouvir e acolher o paciente, captar a história de vida e compreender as particularidades do paciente ao lidar com o luto. Além da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID), a Organização Mundial de Saúde considera a funcionalidade ou a retomada da rotina um indicador importante para a superação do luto.

Quando devo procurar um psicólogo?

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Alguns sinais podem ser grandes indicativos de patologia, caso se prolonguem além do tempo esperado: não conseguir resgatar a vida social ou se desfazer dos pertences. No entanto, outros fatores também devem ser considerados, tais como a variação de humor, excesso ou falta de apetite, insônia ou sono em demasia, que podem ser observados por familiares e amigos.

Amigos e familiares são peças importantes do processo e podem contribuir para superação do luto. “O objetivo não é apenas categorizar, mas gerar um ambiente de pertencimento que permita à pessoa começar a ressignificar a perda. Então, o paciente vai começando a lidar com a saudade, mas não com tanta tristeza ou ressentimento, e compreende que ainda tem os ensinamentos e o legado da pessoa, que foram deixados para ela”, sinaliza a profissional.

Especialidades e abordagens da Psicologia

De acordo com o Conselho Federal de Psicologia (CFP), existem 325.825 psicólogos no Brasil, que atuam em 12 especialidades: Escolar e Educacional; Organizacional e do Trabalho; Trânsito; Jurídica; Esportiva; Clínica; Hospitalar; Social; Psicopedagogia; Psicomotricidade, Neuropsicologia; e Psicologia em Saúde.

Entre as especialidades acima, Lustosa tem pós-graduação em Psicologia Organizacional e Clínica. Durante as sessões, são aplicadas técnicas ligadas às abordagens Junguiniana, baseada nos ensinamentos de Carl Gustav Jung, e a Transpessoal, que tem entre os fundadores o Abraham Maslow. “Não é algo exato. Existe uma empatia com o profissional, que é um elemento muito subjetivo e existe uma questão operacional: cada linha vai ter ferramentas específicas, que nós chamamos de técnicas”, explica a especialista. Entre as ferramentas aplicadas, a profissional de psicologia destaca as técnicas projetivas (caixa de areia, sonhos), as objetivas (questionários, entre outras), interdisciplinar (acompanha o peso, taxas hormonais), corporal (acupuntura, florais), entre outras.

Apesar da utilização de ferramentas, abordagens e recursos variáveis, é fundamental que o paciente esteja preparado para lidar com situações de perda ao longo da vida para enfrentar os obstáculos com mais naturalidade. “A perda está muito associada à nossa capacidade de se frustrar. Somos treinados para achar vamos conseguir o que quisermos e isso cria um processo egóico muito grande. Nem tudo vai ser da forma, ou no tempo, que queremos. Então, precisamos compreender que trata-se de um processo inevitável da vida para aceitarmos e aprendermos a lidar melhor”, finaliza Lustosa. (Educa Mais) 

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