O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu neste sábado (20) que Michel Temer “saia logo” da Presidência e prometeu estar “na trincheira” para defender a realizações de eleições diretas e impedir que a escolha seja feita pelo Congresso.
“Nós queremos eleições diretas, queremos que o Temer saia logo. Não queremos um presidente eleito indiretamente, mas pelo povo brasileiro. Seja quem for, não importa quem for”, afirmou. “Podem ter certeza de que estarei na trincheira junto com vocês para recuperar a democracia neste país.”
Saudado com gritos de “Lula presidente”, o petista voltou a dizer que as acusações de que é alvo na Operação Lava Jato lhe dão “vontade de disputar a eleição”.
“Eu tinha imaginado que não seria mais candidato a nada. Agora, com essa provocação, quantidade de denúncia, arrumando coisa toda semana, isso me dá vontade de disputar eleição”, afirmou.
Réu em três processos da Lava Jato, Lula reconheceu que sua candidatura depende, entre outros fatores, de decisão da Justiça -se for condenado em segunda instância, o petista pode ser declarado inelegível.
Em um discurso de cerca de 40 minutos durante posse da nova diretoria do PT em São Bernardo do Campo, Lula não mencionou a delação de Joesley Batista e de outros executivos da JBS.
Os depoimentos implicaram diretamente Temer e o tucano Aécio Neves, então presidente do PSDB, mas também apontaram pagamento de propina a ele e à antecessora Dilma Rousseff.
Ao falar sobre o “ódio ao PT”, afirmou que “um ou outro praticou corrupção”, mas que “eles praticaram corrupção por 500 anos neste país”.