Em entrevista nesta terça-feira (30), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a atual política de preços da Petrobras, baseada na paridade com as cotações internacionais, e afirmou que mudaria esse processo se tivesse governando o Brasil.
“Não vai ter essa política de aumento de gás, não vai ter essa política de aumento da gasolina e não vai ter essa política de distribuição de dividendos de forma alucinada como eles estão fazendo. Os acionistas merecem ganhar alguma coisa, mas quem tem que ganhar por conta da Petrobras é o povo brasileiro que é o criador da Petrobras”, respondeu o petista à Rádio Gaúcha.
Em seguida o pré-candidato à presidência da República foi indagado como seria esse modelo de política nos preços dos combustíveis e disse que faria igualmente fez em sua gestão.
“A que eu já implementei uma vez. A gente tinha efetivamente uma política de preço compatível com a sobrevivência da Petrobras”, frisou Lula.
Em tom crítico ao governo federal, Lula disse que metade da inflação, atualmente batendo já dois dígitos, está ligada a preços controlados pelo governo.
“Portanto o governo tem muita responsabilidade pela inflação. Pelo preço da energia, do gás, da gasolina, do diesel”, disse ele.
Lula vem liderando quase todas as últimas pesquisas divulgadas no país para a eleição da presidência da República, em 2022. Ele se tornou elegível depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que o então juiz da 13ª Vara de Curitiba Sergio Moro cometeu irregularidade ao julgá-lo nos processos da Operação Lava Jato.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é apontado como segundo colocado nas pesquisas, seguido por vários pré-candidatos em terceiro lugar.
Acerca do Teto de Gastos Públicos, caso estivesse no poder, Lula criticou o presidente Jair Bolsonaro e o Congresso. Afirmou ainda que o PT diminuiu a dívida interna do país de 60% para 32% do Produto Interno Bruto (PIB).
“O Teto de Gastos só pode ser aprovado em um país onde o presidente não tem autoridade moral sobre como gastar ou investir. hoje, a Câmara tem mais poder de investimentos do que a União”, criticando os orçamentos secretos.